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Sinopse:
Que ocultam os marranos? Algum segredo vale tantas vidas?

Ester combina encontrar-se em Belmonte com um velho judeu que lhe prometera informações úteis para o seu trabalho de investigação histórica. Ao entrar na vila, cruza-se com um funeral. Assim começa uma via dolorosa em que as mortes se vão sucedendo enquanto perseguidores impiedosos procuram manuscritos que os possam conduzir a um tesouro perdido há vários milénios. Ao recolher do chão a boneca rasgada e suja de Mariana, Ester não podia imaginar que o destino lhe confiava um segredo aferrolhado há séculos por uma família de judeus portugueses.
Este romance confunde-se com a história dos marranos, obrigados a ocultar a sua fé. Tão poderosa viam a Inquisição que, séculos mais tarde, julgavam ser os únicos a resistir e pensavam que não havia mais hebreus no mundo. Conjugando elementos do thriller, do policial e do romance histórico, o autor leva-nos a percorrer os meandros de uma aventura empolgante.

Sobre o autor:
António Trabulo nasceu em Almendra (Douro), em 1943. Passou a juventude em Angola e estudou em Coimbra. Cumpriu o serviço militar a bordo do Navio Hospital Gil Eannes, nos mares da Terra Nova e Gronelândia. É neurocirurgião em Lisboa.
Publicou: Mulemba ― Contos de África (2003); No tempo do Caparandanda (2004); O Diário de Salazar (2004); Eu, Camilo (2006); Os Colonos (2007).



A minha opinião:

Castelo de Belmonte

O que mais me chamou a atenção foi a capa maravilhosa que este livro tem. É impossível alguém passar por ele e não lhe pegar só para satisfazer a curiosidade. Por este ponto positivo, devo congratular a empresa de Design por este belo trabalho.
Depois de lhe pegar, li a sinopse (que me agradou), mas mal vi o preço... pousei-o imediatamente. É completamente absurdo, nos dias que correm, pagar 15/16€ por um livro de 162 páginas. Por isso, quando o vi num alfarrabista MUITO mais em conta, aproveitei logo! E sem dúvida que este gesto valeu a pena.
Este livro, apesar de ter todos os elementos de um thriller histórico básico, é riquíssimo em informação histórica dos Marranos.

Marranos (judeus secretos de Belmonte, Portugal) celebram a Páscoa judaica no sótão. Foto de Frédéric Brenner (1989)

Tudo bem que o autor alterou um pouco a verdade para se coadunar com a ficção, mas foi um enorme prazer descobrir esta faceta da Beira Alta que desconhecia e que até aposto que 90% dos leitores portugueses também a desconhecem. Foi isto que me fez devorar o livro em dois dias, apesar de andar de rastos com o cansaço.
A única coisa que achei que o autor poderia ter eliminado do livro são os elementos pontuais de sobrenatural que aparecem mais para o fim. Mas fora isto... admito que gostei bastante de o ler e de conhecer mais um autor português.
5.5/10
Lido a 12 de Outubro de 2008

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