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Sinopse:
 
Não é que fosse diferente das outras. Um pouco estranha, sim. E antipática. Talvez por isso, objeto de chacota e do riso de toda a turma. Ou talvez a sua antipatia fosse antes o resultado de se ver sempre o alvo da troça de todas...

Mas, quanto ao resto não. Carrie era uma moça normal. Como todas as outras. E mais, como todas as outras seria se não fosse aquela "incrível" mulher que era sua mãe.


Mas isso não explica tudo. Sobretudo, não explica que naquela noite, "a noite do baile", uma cidade inteira tenha sido arrasada por Carrie, sem que ela precisasse de mexer sequer um dedo...


Um romance palpitante, que se lê de um fôlego e que nos coloca perante os mistérios do espírito humano e dos seus estranhos poderes. Uma porta aberta sobre um mundo desconhecido e inexplorado.
Ficção científica? E talvez não. Sobretudo se tivermos em conta as recentes achegas da psicologia e casos reais da atualidade.


A minha opinião:
 
Há uns anos atrás tinha muito o hábito de ir a feiras de velharias e a alfarrabistas. Não tanto para comprar livros recentes mas para comprar livros que tinha ouvido falar ou lido que eram considerados indispensáveis e/ou clássicos.
 
Um deles foi este.
 
Noutras edições o título deste livro é igual ao original - "Carrie".
Mas esta edição da década de 70 tem um título completamente diferente que em si já é um spoiler.
 
Quanto ao cuidado dado à tradução (da responsabilidade de Fernanda Pinto Rodrigues) não tenho nada a apontar. Absolutamente impecável.
 
Mas as distinções não ficam por aqui.
Adoro estas edições mais antigas porque por vezes trazem algumas surpresas.


A foto do autor na contracapa:

Não digam que o Stephen King à la anos 70 não tinha um certo charme?!

 
Na penúltima página do livro:
 
 Reparem no que diz o ponto 4.
 
 
 
 
Quanto ao que li, devo dizer que há algum tempo que um livro não me transtornava assim tanto.
 
Devem ser poucas as pessoas que não tem alguma ideia do que se trata, mas eu fui sempre uma das que recusei ver as adaptações cinematográficas sem ler o livro primeiro e não me arrependo.
 
Tinha uma ideia muito vaga da história e principalmente do terrível baile de finalistas daqueles jovens, mas não conhecia os pormenores.
 
Por isso quando comecei este pequeno livro (a minha edição tem 207 páginas) não imaginava que ia sentir-me tão revoltada, tão zangada. Na primeira metade tive mesmo de pousar o livro  várias vezes para apenas conseguir respirar.
 
O nível de bullying a que Carrie é sujeita é simplesmente insuportável. Esta pobre jovem não tinha descanso nem em casa, nem na escola, nem na rua. Costuma-se dizer que até para nascer é preciso sorte e este é um desses casos flagrantes.
 
Carrie foi violentamente abusada por todos os que conhecia e foi conduzida a um ponto de ebulição tal que não havia outra solução a não ser a destruição. Ou destruição da própria ou destruição dos seus agressores.
Neste ponto admito que se a opção do autor fosse outra eu ia ficar MUITO zangada.
 
 
 
Não sei porque é que esta obra não está incluída no Plano Nacional de Leitura pois é extremamente rica e faria muito bem aos nossos adolescentes debaterem sobre as perspetivas de cada uma das personagens. Pois aqui apenas há personagens Humanas. Com falhas, defeitos e com mais ou menos capacidade de se julgarem e corrigirem-se. Reconheço que existe alguma violência, mas nem se compara à violência que os jovens estão habituados a verem quer em jogos ou filmes.

Para um livro escrito em 1976 o seu tema continua bastante atual. Talvez o bullying esteja hoje mais presente do que nunca.

 
Entretanto já vi o filme de 2013 e que até está muito próximo ao que li. Gostei. Só digo que fiquei arrepiada com a interpretação da Julianne Moore.
Mas pretendo ver a adaptação de 2002 e principalmente a de 1976 que foi realizada por Brian De Palma e que foi agraciada com 2 nomeações nos Óscares de 1977.
 
 
 
 
Depois de muito pensar dei ao livro 4 estrelas em 5. 


 

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