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Sinopse:
Agnès de Souarcy é tudo o que uma mulher do séc. XIV não deve ser… bela… audaz… independente…

Estamos em 1304. A França encontra-se dilacerada pelas lutas de poder que opõem o rei Filipe, o Belo, a Igreja e a poderosa Ordem dos Templários.
A bela Agnès de Souarcy, jovem viúva de forte carácter, vê o seu destino em perigo sem compreender até que ponto está ligado aos destinos do reino e da Cristandade.
Por que será que o seu meio-irmão, senhor do condado Eudes de Larnay, a denuncia aos tribunais da Inquisição, acusando-a de cumplicidade com os heréticos e de pacto com o Diabo?
De onde virão aquelas missivas que evocam o «Divino Sangue», que trazem o selo papal e cujos portadores são sistemátiica e selvaticamente assassinados? Os seus cadáveres são encontrados carbonizados, sem vestígios de fogo.
O que terá descoberto o pequeno Clément, o protegido de Agnès, na biblioteca secreta da Abadia Feminina dos Clairets?
E que procura Nicolas Florin, Grande Inquisidor, cujos excessos de crueldade causam horror?

Com este primeiro volume de uma trilogia de intriga demoníaca, Andrea H. Japp oferece-nos um romance histórico, arrepiante de mistério e suspense, a não perder.

A minha opinião:
Este primeiro volume da trilogia "A dama sem terra" constitui um início ameno. É de leitura fácil e nada esforçada. Somos convidados a entrar na vida e hábitos do século XIV e quase sem nos apercebermos já não nos sentimos como meros convidados deste mundo mas sim habitantes de longa data.
Com uma escrita deliciosa a autora revela-nos a estória de vida da bela Àgnes de Souarcy e de como teve de casar-se demasiado nova para escapar a um futuro pérfido e incestuoso. Foi-me impossível não gostar desta personagem lutadora e tão bem criada.
Devido a acontecimentos algo trágicos, que não convém relatar para não estragar o prazer de leitura a alguém que o queira ler mais tarde, Àgnes educa, desde o nascimento e com muito amor e inteligência, um pequeno menino chamado Clément. Clément não é o usual menino devido à sua precoce inteligência para os ardis daquela época chegando a espantar a dama de Souarcy. É este menino, que traz consigo um terrível segredo para a época, que será a faísca necessária para acender a chama sedenta de sangue da Inquisição em direcção a Àgnes. E é neste preciso momento que o livro termina... com estes acontecimentos e com a aparição de uma bela mulher de olhos amarelos que já tinha aparecido em páginas anteriores com uma estranha revelação. Mas Àgnes irá enfrentar o belo e encantador inquisidor Nicolas Florin mas não sem o apoio incondicional e algo secreto de outras personagens importantes.
Tenho mesmo de realçar a existência de uma extensa bibliografia e de um glossário indicando que a autora não se limitou a imaginar, mas sim a criar respeitando a verdade histórica. Aliás isso vê-se muito bem ao longo do livro.
Escusado será dizer que com o final destes eu já comprei o 2º volume da trilogia.
8/10
Lido a 25 de Outubro de 2008
Sinopse:
Que ocultam os marranos? Algum segredo vale tantas vidas?

Ester combina encontrar-se em Belmonte com um velho judeu que lhe prometera informações úteis para o seu trabalho de investigação histórica. Ao entrar na vila, cruza-se com um funeral. Assim começa uma via dolorosa em que as mortes se vão sucedendo enquanto perseguidores impiedosos procuram manuscritos que os possam conduzir a um tesouro perdido há vários milénios. Ao recolher do chão a boneca rasgada e suja de Mariana, Ester não podia imaginar que o destino lhe confiava um segredo aferrolhado há séculos por uma família de judeus portugueses.
Este romance confunde-se com a história dos marranos, obrigados a ocultar a sua fé. Tão poderosa viam a Inquisição que, séculos mais tarde, julgavam ser os únicos a resistir e pensavam que não havia mais hebreus no mundo. Conjugando elementos do thriller, do policial e do romance histórico, o autor leva-nos a percorrer os meandros de uma aventura empolgante.

Sobre o autor:
António Trabulo nasceu em Almendra (Douro), em 1943. Passou a juventude em Angola e estudou em Coimbra. Cumpriu o serviço militar a bordo do Navio Hospital Gil Eannes, nos mares da Terra Nova e Gronelândia. É neurocirurgião em Lisboa.
Publicou: Mulemba ― Contos de África (2003); No tempo do Caparandanda (2004); O Diário de Salazar (2004); Eu, Camilo (2006); Os Colonos (2007).



A minha opinião:

Castelo de Belmonte

O que mais me chamou a atenção foi a capa maravilhosa que este livro tem. É impossível alguém passar por ele e não lhe pegar só para satisfazer a curiosidade. Por este ponto positivo, devo congratular a empresa de Design por este belo trabalho.
Depois de lhe pegar, li a sinopse (que me agradou), mas mal vi o preço... pousei-o imediatamente. É completamente absurdo, nos dias que correm, pagar 15/16€ por um livro de 162 páginas. Por isso, quando o vi num alfarrabista MUITO mais em conta, aproveitei logo! E sem dúvida que este gesto valeu a pena.
Este livro, apesar de ter todos os elementos de um thriller histórico básico, é riquíssimo em informação histórica dos Marranos.

Marranos (judeus secretos de Belmonte, Portugal) celebram a Páscoa judaica no sótão. Foto de Frédéric Brenner (1989)

Tudo bem que o autor alterou um pouco a verdade para se coadunar com a ficção, mas foi um enorme prazer descobrir esta faceta da Beira Alta que desconhecia e que até aposto que 90% dos leitores portugueses também a desconhecem. Foi isto que me fez devorar o livro em dois dias, apesar de andar de rastos com o cansaço.
A única coisa que achei que o autor poderia ter eliminado do livro são os elementos pontuais de sobrenatural que aparecem mais para o fim. Mas fora isto... admito que gostei bastante de o ler e de conhecer mais um autor português.
5.5/10
Lido a 12 de Outubro de 2008
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