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Sinopse:
Quando Holly Maguire herda a «Camilla’s Cucinotta», a escola de cozinha italiana da avó, dezasseis alunos inscritos no curso de culinária desistem. Afinal, Holly não é Camilla, conhecida por ser a «deusa do amor», cujos molhos secretos possuem propriedades afrodisíacas e cujas adivinhações têm o poder de mudar a vida dos seus alunos.

Holly é uma mulher de trinta e dois anos, desencantada com a vida, que nem sequer sabe cozinhar. Mas depois da morte da avó, decide manter vivo o seu legado.

Armada do caderno de receitas de Camilla, Holly acolhe os novos alunos: Mia, uma menina desesperada por aprender a cozinhar para impedir o pai de casar com a namorada imbecil; Juliet que chora a filha perdida; Simon, que se esforça por ser um pai presente para a filha depois do divórcio; e Tamara, que anseia pelo verdadeiro amor.

Todas as receitas de Camilla incluem desejos e memórias, tristes ou doces. Misturando desejos ardentes e memórias agridoces com molhos apetitosos e deliciosos pratos italianos, Holly e os seus alunos acabam por criar as suas próprias receitas para a felicidade e descobrir que, afinal, o futuro pode se bem doce…


A minha opinião:

Com um passado familiar algo complicado, Holly foi sempre uma mulher em busca de um lar próprio que lhe desse segurança e um sentimento de pertença.
Talvez por isso, tenha entregue o seu coração de uma forma tão incondicional a John Reardon que, de uma forma fria e sintética, o destruiu.

Agora, na terceira década da sua vida, Holly vê-se de volta ao único lugar que alguma vez amou e se sentiu amada com a mesma intensidade - a ilha de Blue Crab Island - lar da sua nonna (avó) italiana.

Apesar do amor de avó e neta serem eternos, a vida humana não o é. E em breve Holly ver-se-à na famosa Camilla's Cucinotta sem a sua amada avó.

Agora, Holly terá de enfrentar dificuldades de todos os tipos - financeiros, culinários,...
Mas, à medida que vai descobrindo o seu próprio talento, Holly desvenda os segredos desta ilha e dos seus habitantes. Segredos esses que ninguém quer ver revelados.

Este livro é simplesmente MARAVILHOSO. Em muitos momentos achei-o semelhante ao "O feitiço da Lua", onde temos também uma personagem feminina que através da magia da culinária consegue tocar nas vidas dos que a rodeiam.


Para ler e saborear. Recomendadíssimo!

8,5/10

 
Sinopse:
Livro vencedor do prestigiado World Fantasy Award, A Biblioteca reune seis histórias fantásticas ligadas à bibliofilia, fazendo-nos pensar em Jorge Luis Borges e na sua biblioteca infinita, mas também no universo de Kafka ou de Umberto Eco.
No conto de abertura, um escritor descobre um site onde todos os seus livros, inclusive os que ainda não escreveu, se podem consultar; num outro, uma comum biblioteca transforma-se durante a noite num arquivo de almas; noutro, ainda, o Diabo decide estabelecer os níveis da literacia infernal...
 
 
A minha opinião:
 
Esta é a segunda vez que um pequeno livro, quer em dimensões (de bolso), quer em número de páginas, me preenche as medidas de forma tão completa.

O primeiro livro foi "Desconhecido nesta morada" que ainda hoje permanece na minha memória e coração como sendo um dos meus livros favoritos de sempre.
Esta "A Biblioteca" não chega ao patamar do anterior, mas anda lá perto como uma obra multifacetada, hilariante e ao mesmo tempo estranhamente assustadora a quem, como eu, adora livros e gosta de ter uma biblioteca pessoal, por muito pequena que seja.
 
É constituído por seis contos em que a bibliofilia é representada como rainha do mundo:
 
- A Biblioteca Virtual - Retrato de uma biblioteca à distância de um clique. Descoberta através de um mail que a princípio parecia um mero spam, o protagonista ver-se-à enredado por uma situação tensa e limite.
 
 
- A Biblioteca Particular - E se um dia na nossa caixa de correio dessemos conta de um livro misterioso de título "Literatura Universal"? E se um volume não fosse o fim? E que tal dezenas deles? Quais as consequências de tal descoberta?
 
 
- A Biblioteca Nocturna - Desta vez o protagonista chega à hora do fecho da Biblioteca e vê-se fechado durante o fim-de-semana. Mas o que parecia ser uma catástrofe, transforma-se numa descoberta impensável - a existência de uma biblioteca nocturna onde apenas existem "os livros de vida".
 
 
- A Biblioteca Infernal - E um dia morremos... mas vamos parar ao inferno. E para penitência eterna? Qual o pior castigo que nos poderiam dar para toda a eternidade? Algo impensável!
 
 
- A Biblioteca Minimal - Um escritor com problemas de inspiração é presenteado com um estranho livro que de cada vez que se abre, uma nova obra literária aparece. Será que ele vai conseguir à tentação?
 
 
- A Biblioteca Requintada - Aqui a ironia é rainha! Imaginem um leitor com uma biblioteca particular. Leitor esse que tem um profundo desprezo por livros de bolso. Mas eis que um dia depara-se com um instruso nas suas estantes. Nada mais, nada menos do que um horrível livro de bolso no meio das sua belíssimas encadernações, denominado "A Biblioteca". Quem ganhará a batalha das vontades? O livro ou o Homem?
 
 
9/10
 
 


Sinopse:
Before the Civil War, there lived in Louisiana, people unique in Southern history. For though they were descended from African slaves, they were also descended from the French and Spanish who enslaved them.

In this dazzling historical novel, Anne Rice chronicles four of these so-called Free People of Color--men and women caught periolously between the worlds of master and slave, privilege and oppression, passion and pain.


 
A minha opinião:
Todos os anos é sempre a mesma coisa. Mal o trabalho começa a abrandar é ver-me a fazer uma limpeza nos milhares de papéis, fichas e documentos variados que se foram acumulando cá em casa. Pois este ano, depois de uma boa hora a enviar dezenas de folhas para a reciclagem, redescobri, com alguma surpresa que tinha colocado num buraquinho livre da escrevaninha um audiolivro da Anne Rice, constituído por 2 cassetes. Sim... eu disse cassetes. E lá fui eu em busca do meu velhinho mas ainda funcional walkman. E foi ver-me a continuar a limpeza com outro ânimo e vigor a ouvir esta lindíssima obra literária.

Assim, ao contrário de muito boa gente, iniciei-me na obra desta escritora com este romance histórico em vez dos famosos livros sobre vampiros que a celebrizou.

Quanto a esta obra, confesso que fiquei espantada com a riqueza histórica e cultural que ela possui.
A caracterização pormenorizada de personagens, ambientes e locais, sem tornar aborrecido de acompanhar, é o que faz deste livro excepcional.

A partir do primeiro momento somos drenados para uma Nova Orleães de 1840, onde acompanhamos o crescimento e amadurecimento real e cru de um menino de 14 anos chamado Marcel.
Marcel é dotado de uma beleza incomparável o que atrai atenções positivas mas também negativas o que é bastante perigoso para uma criança cuja ascendência constitui-se de uma mãe negra e um pai branco, dono de uma plantação.

Desde o seu nascimento que o pai de Marcel lhe prometeu uma educação privilegiada o que se concretiza quando o ídolo de Marcel chega à cidade com o intuito de criar uma escola dedicada a jovens de cor.

Enquanto isso a irmã de Marcel - Marie - de uma beleza exótica, está sendo cortejada por um amigo próspero e respeitado de Marcel, mas a sua vulnerabilidade e inocência aliadas aos planos invejosos e quase maquiavélicos de outros irão comprometer a sua felicidade.

Um obra lindíssima a ouvir e ouvir e a guardar no meu coração.
Recomendo vivamente.

Agora só quero ver o filme baseado nesta obra:



9/10



Sinopse:
Esta é a história do último dos unicórnios e da sua demanda por terras estranhas no sentido de encontrar os seus pares.
É também uma belíssima metáfora sobre a imaginação e a criatividade humanas, sobre a magia e a literatura, sobre a condição humana e a sua capacidade de se auto-superar.

Comparado aos grandes clássicos da literatura fantástica de todos os tempos (Tolkien, irmãos Grimm, Hawthorne, Twain, Karen Blixen ou Michael Ende), este livro traduzido em mais de 15 línguas, foi considerado em 1987 durante o congresso mundial de literatura fantástica a 5ª melhor obra de sempre apenas atrás de Tolkien e Ursula K. LeGuin e o seu autor foi considerado o 4.º autor de ficção fantástica de todos os tempos.

Esta é uma obra para todas as idades tendo conquistado os mais diversos públicos ao ponto de ter sido em 1981 passado à tela num filme de animação que contava com as vozes dos maiores actores de Hollywood de então (como Jeff Bridges, Mia Farrow, Christopher Lee ou Angela Landsbury) e alguns dos mais avançados efeitos especiais da altura.

Devido à sua qualidade literária esta obra ultrapassou já as fronteiras da literatura fantástica tendo sido objecto de teses universitárias, estudos e artigos nos mais prestigiados órgãos de informação literária como o rígido Times Literary Supplement ou a New York Review of Books.



A minha opinião:

Um clássico é sempre um livro que, não raras vezes, nos impressiona e nos marca. Este é sem dúvida um desses exemplos.

Um livro de uma beleza impressionante do qual guardarei no coração todas as peripécias e tropelias descritas neste pequeno excerto e mais algumas:

"(...) o mágico contou rapidamente aos Príncipe Lír a história das suas aventuras, começando pela sua própria e estranha história e pelo seu ainda mais estranho destino; relatou a destruição do Carnaval da Meia-Noite e a sua fuga com o unicórnio, e continuou, referindo o seu encontro com Molly Grue, a viagem para Hagsgate e a narrativa de Drinn sobre a dupla maldição da cidade e do castelo."
Retirado da página 170


Tudo começa quando um unicórnio ouve a conversa de uns caçadores que estão a discutir sobre se os unicórnios estarão extintos ou não.
Com a terrível suspeita de que poderá ser a última da sua espécie, este unicórnio fará uma espectacular viagem em direcção a um reino amaldiçoado onde supostamente habita um demónio em forma de touro que provavelmente será a razão do desaparecimento dos unicórnios.

Um livro a guardar, estimar e voltar a desfolhar com carinho.
Agora estou ansiosa para ver o filme de 1982 baseado nesta obra.


 9/10

Para mim é uma delícia ver que em pequenos objectos como num simples saco de compras se pode ler e ver um pouco de Cultura:


"Leio e abandono-me,

não à leitura,

mas a mim
."

Fernando Pessoa



Chamem-me esquisita, mas gosto de ver estes detalhes em qualquer sítio.
(Retirado de um saco da Bertrand)
Sinopse:
Ele levou onze séculos a encontrar a mulher certa. Não está pelos ajustes de perdê-la agora.

Jessi St. James precisa de ter vida própria. Demasiadas horas passadas a estudar antigos artefactos provocaram na jovem arqueóloga um caso sério de obsessão por sexo. Quando vê um homem deslumbrante semi despido a fitá-la de dentro de um antigo espelho, pensa que só pode estar a sonhar. Mas numa fracção de segundo, é salva de um atentado à sua vida e vê-se a braços com um metro e noventa e oito de escaldante, insaciável macho alfa.
Herdeiro da arcana magia dos seus antepassados Druidas, Cian MacKeltar foi encurralado dentro do Espelho Negro há onze séculos. E quando o Espelho Negro é roubado, um velho inimigo tudo fará para reavê-lo. Para Jessi, o deus sexual dentro do espelho é divinamente real e oferece a sua protecção - ainda que Jessi não compreenda o porquê. Tudo o que ele quer em troca é o sublime prazer de partilhar a sua cama...        


A minha opinião:

Apesar de ao reler a sinopse deste livro, antes de iniciar propriamente a sua leitura me tenha provocado um arrepio de "Ai Jesus que lá vem mais do mesmo", o facto é que não pude acabar a sua leitura sem suspirar "Raios, agora é que fica interessante?!"

O enredo é bastante mais interessante que os anteriores, apesar de haver muitos clichés que já tinha lido nos anteriores volumes.

O facto é que neste volume as personagens dos anteriores livros se interligam todas neste. E vemos que estas ligações entre Highlanders e um Tuatha Dé com mulheres humanas foram um pouco manipuladas para servir o propósito de alguém. O que me despertou bastante a curiosidade foi este monólogo da rainha dos Fae:


"Abaixo dela, no salão nobre do Castelo Keltar, os humanos falavam, abstraídos da sua presença. Bem-aventuradamente desconhecedores de que, a pouco mais de cinco anos do futuro deles, o seu mundo estava em caos, os muros entre Homens e Fae estavam derrubados e os Unseelie governavam com brutal mão de gelo. (...)


Não podia esperar predizer o que não podia entender. Houvera tempos em que suspeitara que o amor humano albergava um poder mais elementar e maior do que o que qualquer raça possuísse. Infundia nas coisas uma força impossivelmente superior à soma das suas partes. Deveras, fora a união de cada Keltar ali em baixo com a sua companheira que os havia temperado, dando-lhes âmagos de aço, e feito dos seus Druidas aliados dignos de uma rainha."


Ou seja, agora é que (espero eu) a autora vai abandonar um pouco as cenas de romance escaldante e apaixonado de enjoar, convidando o leitor a presenciar algo mais rico do que o que tenho lido até agora.

Resumindo... o próximo volume leio-o. Mas se a autora voltar ao mesmo, desisto.


7,5/10



Sinopse:
Toda a mulher tem os seus pra­ze­res proi­bi­dos… 

 Para a deli­cada e tímida Daphne Wade, o mais ape­te­cí­vel pra­zer proi­bido é obser­var dis­cre­ta­mente o seu patrão, o duque de Tre­more, enquanto este tra­ba­lha numa esca­va­ção na sua her­dade. Daphne foi con­tra­tada para res­tau­rar os tesou­ros de valor incal­cu­lá­vel que Anthony tem estado a desen­ter­rar, mas não é fácil para uma mulher concentrar-​se no seu tra­ba­lho quando o seu atra­ente patrão está sem­pre em tronco nu. Ape­sar dele não repa­rar nela, quem a pode cen­su­rar por, mesmo assim, se ter apai­xo­nado deses­pe­ra­da­mente por ele?

 Quando a irmã de Anthony, Viola, decide trans­for­mar esta jovem e sim­ples mulher de óculos dou­ra­dos numa pro­vo­cante bel­dade, ele declara a tarefa impos­sí­vel. Daphne fica arra­sada quando sabe… mas está deter­mi­nada a pro­var que ele está errado. Agora, uma vigo­rosa e cati­vante Daphne sai da sua con­cha e o fei­tiço vira-​se con­tra o fei­ti­ceiro. Será que Anthony con­se­guirá per­ce­ber que a mulher dos seus sonhos esteve sem­pre ali?

A minha opinião:
Já tinha lido o outro livro desta autora que foi publicado cá em Portugal e que simplesmente não me encheu as medidas.
Já este livro achei-o bom na sua simplicidade e na cumplicidade que se gere entre as personagens.
A trama em si não tem lá muito complexidade e para ser sincera o início do livro quase que me indicava que seria um romance cor-de-rosa bem meloso, mas quando Dapnhe ouve uma conversa particular entre Anthony e a sua irmã onde diz exactamente o que ele pensa de Daphne, aí sim! É que o livro melhora a 80%.
Um autêntica delícia de livro que se lê muito bem em duas tardes.
A guardar com carinho...
8/10

Sinopse:
Com os seus longos cabelos negros e olhos escuros magnetizantes, Adam Black significa Sarilhos com S maiúsculo. Imortal, arrogante e intensamente sensual, ele vive através dos tempos e dos continentes em perseguição dos seus apetites insaciáveis.

Até ao dia em que uma maldição o destitui da sua imortalidade e o torna invisível - cruel destino para homem tão irresistível. Agora a única esperança de sobrevivência para Adam está nas mãos da única mulher que o pode realmente ver. Para Gabrielle, uma estudante de Direito amaldiçoada com a capacidade de ver ambos os mundos, é o início de uma longa e perigosa sedução.

Quando a demanda de Adam para recuperar a sua imortalidade os faz mergulhar num mundo de magia intemporal, o preço da rendição bem pode ser a própria vida. Tudo por um destino que poucos mortais jamais conhecem: um glorioso, assombroso, infindável amor…                                            


A minha opinião:
Não posso dizer que não tenha gostado. Digo antes que entreteve.
Não acrescentou nada à série a não ser a apresentação/descrição de uma nova personagem masculina.

Trata-se de um belo exemplo de uma autora a pegar numa fórmula que resultou, muda os nomes das personagens, muda um bocadito de enredo e já está... mais um livro para as bancas.
Vou dar mais uma oportunidade a esta autora, pois já tenho aqui o livro na mesa de cabeceira. Se o próximo não me cativar, paro por aqui com esta série.
6/10

Quem me conhece sabe que ando sempre com um livro dentro da carteira, na possibilidade de ter alguns minutos livres. Então quando tenho de ir a um consultório, um livro é indispensável.

Cheguei cedo. estacionei o carro. Fiz o check-in. Sentei-me na sala de espera. Abro a carteira (que ultimamente parece mais a gruta do Ali Babá). Retiro o livro e passadas algumas páginas, sinto suores frios e estranhamente nervosa. Olho em redor, mas ninguém está a ver o que eu vejo.
Passam-se mais alguns instantes e tenho mesmo de pousar a minha leitura e ir beber um pouco de água para me acalmar.

Esta foi a razão do meu ligeiro ataque de pânico:



"Toda a gente sabe que os livros devoram espaço sem qualquer piedade. E não existe defesa possível. Qualquer que seja o espaço que se lhes dê, nunca lhes chega. Ocupam primeiro as paredes, e depois continuam a espalhar-se por onde conseguirem. Apenas o tecto fica poupado. Chegam sempre uns novos, enquanto o dono não tem coração para se livrar de nenhum dos velhos. E assim, devagar, sem dar nas vistas, volumes de livros empurram tudo à sua frente. Como glaciares."

Excerto do conto "A biblioteca particular" de Zoran Zivkovic



Digam lá se não é assustadoramente verídico?
Sinopse:
Para a atmosfera rarefeita do Hotel du Lac entra, timidamente, Edith Hope, autora de romances de amor e detentora de sonhos modestos.
Edith fora exilada de sua casa depois de se ter envergonhado a si e aos seus amigos. Recusou-se a sacrificar os seus ideais e manteve-se, teimosamente, solteira. Mas entre as mulheres mimadas e a pequena nobreza, Edith encontra o senhor Neville e renova-se a sua oportunidade de fugir a uma vida humilhante de solteira…

 
A minha opinião:
Esta autora é absolutamente impecável ao descrever a condição humana e o mundo feminino.
A protagonista, Edith, é quase como enviada por amigos bem intencionados para passar uma temporada num hotel quase remoto na Suíça.
Isto acontece porque Edith ousou abandonar o bom, mas aborrecido, noivo no altar, esperando com isso ter algumas hipóteses com o seu amante que é um homem casado. O escândalo é inevitável.
Aquando da sua chegada ao Hotel du Lac, pensamos que Edith vai-se tornar reflexiva e aproveitar bem esta tempo para pensar na sua vida e acalmar os seus ímpetos sentimentais.
O que se esperava ser um Hotel calmo, com pessoas simples e sem grandes confusões. Mas por vezes, no oceano mais calmo é onde se encontram os maiores icebergues (que o diga o Titanic).
Edith envolve-se novamente com um homem rico mas chato quase apático que a pede em casamento quase como se de um contrato entre amigos se tratasse.
Mas as surpresas que a natureza humana revela impede que Edith tenha o final que esperamos.
Este é um livro sobre as tristezas e desilusões que temos quando queremos o que não temos e ignoramos o que já temos. Alcançar o inalcançável.
Livro vencedor do Booker Prize em 1984.
5/10
Sinopse:
Noiva do encantador e sedutor Greg Anders, Sara Shaw mal consegue esperar pelo dia do seu casamento em Edilean, na Virgínia. A data foi marcada, as flores encomendadas e o seu vestido, já usado por várias gerações de noivas da família, está pronto. Mas apenas três semanas antes do dia do casamento, Greg recebe um telefonema durante a noite e sai sem dar qualquer explicação. Dois dias mais tarde, um homem aparece através de um alçapão no soalho da casa de Sara, afirmando que é o irmão da sua melhor amiga e informando-a que se vai mudar para casa dela.

Embora Mike Newland esteja realmente a dizer a verdade sobre a sua identidade, a razão que o levou ali tem muito mais que se lhe diga. É um detective que trabalha infiltrado; a sua missão é usar Sara para descobrir o paradeiro de uma mulher — uma das criminosas mais notórias dos Estados Unidos — que, por acaso, é a mãe do homem com quem Sara tenciona casar.

Mike acredita que a investigação não será difícil — isto é, caso consiga arranjar maneira de fazer com que uma jovem de «boas famílias» como Sara confie em si. No entanto, Mike não faz a mais pequena ideia do que aquela missão lhe reserva. Esforçou-se ao máximo para esconder as suas ligações a Edilean, as quais remontam ao tempo em que a sua avó vivera naquela localidade, em 1941.

Mas à medida que Mike e Sara se vão conhecendo, ele não consegue evitar partilhar segredos que nunca tinha partilhado com ninguém. Ela retribui confidenciando a Mike aspectos da sua vida que jamais teria revelado a Greg.

Enquanto trabalham juntos para resolverem os dois mistérios, o amor crescente que desabrocha
entre os dois começa a sarar cicatrizes de uma forma que nunca teriam imaginado ser possível.

A minha opinião:
Apesar de não ter lido o livro "Jardim de Alfazema" resolvi dar uma oportunidade a este, em grande parte devido à sinopse que me despertou de imediato a curiosidade.

Talvez por este livro ter sido lido de rajada (em 2 tardes) e pelos pormenores estarem tão frescos enquanto desfolhava o livro, achei-o uma absoluta delícia. Mesmo muito bom dentro deste género de romances.

A escrita desta autora pode-se traduzir como sendo equilibrada. Muitos autores querm conjugar romance com suspense e mistério tudo com um ar de policial mal embrulhado e muitas vezes o que daí resulta é uma tremenda confusão que não atrai o leitor. Mas devo dizer que o equilíbrio de todos estes elementos foi excelentemente bem conseguido ao que se ainda acrescenta uma boa dose de humor.

Gostei bastante e confesso não estar nada à espera...
Tenho já o volume anterior para ver o que dali sai, uma vez que da primeira vez que li a sinopse de "Jardim de Alfazema" não me cativou particularmente.

7,5/10

Sinopse:
Cleary, uma pacata cidade da Carolina do Norte, foi abalada pelo desaparecimento de cinco mulheres em dois anos e meio. Não há corpos, pistas ou suspeitos, apenas uma misteriosa fita azul abandonada no local onde cada mulher foi vista pela última vez...

Lilly Martin regressa a Cleary para concluir a venda da sua cabana de montanha e pôr um ponto final ao casamento com Dutch Burton, o chefe da polícia local. Depois de fechar as portas ao seu passado, não imaginava voltar atrás tão cedo. Mas, ao deixar a casa, sob um temporal, Lilly perde o controlo do carro e atropela um homem que emergia inesperadamente do bosque. Trata-se de Ben Tierney, que ela conhecera no Verão passado. Os dois são então forçados a regressar à cabana para esperarem pelo fim da terrível tempestade de neve.


Incontactáveis, com poucos víveres e quase sem aquecimento, Lilly e Ben vão aproximar-se um do outro, ao mesmo tempo que cresce a atracção e o desejo entre ambos. Mas, à medida que o isolamento se prolonga e os dois se envolvem, Lilly receia que a maior ameaça não seja o temporal, mas sim o homem ao seu lado...

Quem será o misterioso Ben Tierney: o raptor ou o homem capaz de salvar Lilly da tragédia que a assombra?

Calafrio é um romance intenso, no qual confiar na pessoa errada pode marcar a diferença entre a vida e a morte.

A minha opinião:
Depois de estar muito tempo na estante, resolvi pegar neste livro e ver se iria concordar com as muitas opiniões positivas sobre ele.

As primeiras páginas do livro são chocantes e explícitas, o que me deixou a pensar que, uma vez que o assassino já estaria identificado, a surpresa maior que este livro poderia oferecer-me já estaria perdida. Como me enganei...

O enredo praticamente está todo na sinopse, mas se eu pensava que isto era um contra, vejo agora que era apenas para me iludir e enganar. A autora, tal qual um ilusionista, faz com que olhemos para uma direcção para depois verificarmos que o segredo, a verdade, está no que não observamos de início, para o que deveríamos ter estado atentas.

Já há muito tempo (desde o "Aula de risco") que não lia um livro tão carregado de suspense e tensão, que fez com que me sentisse sempre ansiosa para virar a página e ver qual seria o próximo passo das personagens.
O ambiente quase claustrofóbico em que as personagens se encontram transparece para nós facilmente com a escrita desta autora.


Trata-se de um bom cartão de visita desta autora. Um bom início.
Agora quero ver se os aspectos positivos continuam nos outros livros de Sandra Brown.


7/10


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