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Título: A filha do optimista
Autor: Eudora Welty
Editora: Relódio D'Água
Páginas: 133
Ano de publicação: 2012


filha

Sinopse: 
A Filha do Optimista conta-nos a história de Laurel Mckelva Hand, uma jovem mulher que abandonou o sul, regressando, anos depois, a Nova Orleães, onde seu pai está a morrer.
Após a morte deste, Laurel e a sua provinciana madrasta regressam à pequena cidade no Mississípi onde Laurel havia crescido.
Sozinha na sua antiga casa, Laurel chega a importantes conclusões sobre o seu passado, os seus pais e ela própria.

A minha opinião: 
Este livro tem passagens lindíssimas. 
Frases daquelas que lemos e voltamos atrás para reler uma, duas, três vezes.
O tema sobre o qual se debruça é dos mais delicados, perturbantes e emotivos pelo qual qualquer ser humano tem de sobreviver - a passagem de um ente querido.
Então porquê as 2 estrelas?

Eudora Welty. A escrita de Eudora Welty. Não consegui sentir-me cativada, envolvida.
Foi um livro que passou pelas minhas mãos mas não consigo abandoná-lo sentindo algo por ele.
Estou anestesiada. 
Não sinto nada. 
Sinto-me vazia. 
Oca.

E penso que uma leitura com tão belas frases, sobre um tema tão Humano, não deveria ser assim.

“Quando Laurel era criança, neste quarto e nesta cama onde se encontrava agora, fechava os olhos assim e o rítmico som nocturno das vozes dos dois entes queridos, a lerem alternadamente, subia as escadas para ir ter com ela. (...) Pela noite fora, as vozes deles a lerem um para o outro (...) sem deixar que nenhum silêncio as interrompesse, uniam-se numa voz única e ininterrupta que a envolvia (...) Adormecia sob um manto aveludado de palavras, (...), enquanto eles prosseguiam a leitura no interior dos seus sonhos". Página 49

“Mas a culpa por sobrevivermos àqueles que amamos, é justo que a carreguemos, pensava ela. Sobreviver-lhes é uma desconsideração que lhes fazemos.” Página 121


“A memória pode ser ferida, uma e outra vez, mas aí talvez resida a sua clemência final. Enquanto for vulnerável ao momento da vida, vive para nós, e enquanto vive, e enquanto formos capazes, podemos dar-lhe o que lhe e devido.” Página 132

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