O mês de Janeiro foi razoável quanto a leituras, mas nunca pensei que em Fevereiro eu conseguisse ler 13 livros. Embora "O Silmarillion" de J.R.R.Tolkien tenha sido lido maioritariamente durante os últimos dias de Janeiro e terminado no dia 1 de Fevereiro.
Mesmo assim, para uma leitora modesta como eu, foi um mês fabuloso em quantidade.
Ora vamos lá às leituras propriamente ditas.
"O Silmarillion" de J.R.R.Tolkien - Antecessor da trilogia do Senhor dos Anéis, é neste livro que vemos a genialidade de Tolkien na criação de mundos de raiz.
Só um senão. Por vezes era confuso avançar na leitura pois Tolkien dava à mesma coisa ou personagem 2 ou 3 nomes. Assim, num momento era X uns parágrafos abaixo era Y. E ou estava muito concentrada nesta leitura ou tinha de parar e rebobinar.
Um bom livro, mas para ler sem pressas.
"O Êxtase" de Nicole Jordan - Este tipo de livros são o meu guilty pleasure. E apesar de certas capas me impedirem de os ler em público sem levar uns quantos olhares menos simpáticos (por serem sexualmente sugestivas em excesso), conheço-me bem demais para dizer que não os leio.
Este foi bom. Não excelente. Temos uma protagonista que por vezes me levava aos arames por se armar em dama indefesa e um protagonista masculino muito maleável nas mãos de quem não tem as melhores intenções.
Mas se gostei de o ler? Claro!
"Os bichos" de Miguel Torga - É uma vergonha mas nunca tinha lido este pequeno livro de contos antes. Gosto bastante da
voz agreste e bem rural de Torga e foi com saudade que comecei a ler este livrinho de contos que, como o próprio título sugere é sobre animais e o convívio destes com o ser humano.
Mas sinto-me dividida nesta minha opinião.
Se por um lado como amante de animais senti-me incomodada com alguns dos contos, por outro entendo que em 1940, data em que foi publicado este livro pela primeira vez, existissem pessoas que vissem nos seus animais de estimação apenas um ser com o objetivo de ser útil ao "seu dono".
No entanto é curioso que Torga tenha optado por colocar esses ditos seres irracionais (que na minha opinião são por vezes mais racionais que alguns seres humanos) como narradores da sua própria história. E mais, esses narradores não veem os humanos com que vivem como "donos" mas sim como parceiros de vida.
Mas embora eu reconheça a maestria na escrita de Torga não posso deixar de me sentir incomodada com algumas histórias- o do cão de caça Nero, o do Touro Miura... Este último deveria ser lido pelos ditos amantes da tourada para terem noção do quanto fazem sofrer o outro ser que deveria merecer um pouco mais de respeito.
"A virgem e o cigano" de D.H. Lawrence - Um (quase) romance proibido e absolutamente impensável.
Lembrou-me muito do "O grande Gatsby" pelo facto de ser um amor à distância, polvilhado de um desejo intenso de ter o que se vê à distância, mas que é proibido.
O querer morder a maçã de Eva, mas saber que a serpente espreita com as catastróficas consequências da concretização da mordida...
Um romance bonito e pequeno que nos mostra que por vezes o amor ou o desejo surge onde menos se espera e se deseja (social e moralmente falando).
"Só a água me espera" de Eugenia Rico -
Não conseguia ler.
Foi uma leitura sofrida com muitos momentos esquisitos.
Até que me perguntei se valeria a pena estar a insistir.
Assim fiz um último esforço e um ultimato: acabaria naquele dia ou não o acabaria de todo.
Acabei-o mas não é o livro para mim.
A CONTINUAR...