Na Indochina, em 1929, uma jovem francesa de quinze anos estranhamente ataviada atravessa numa barcaça o rio Mékong. Durante a travessia conhece um homem chinês, filho de um magnata local. Ambos se dirigem para Saigão, onde rapidamente se entregarão um ao outro. Será no enquadramento desta relação que a jovem revelará a estranheza das suas relações familiares, os seus problemas económicos, os sentimentos de alienação que a acompanham em todos os lados excepto no apartamento onde se encontra com o amante, atirados para uma relação acossada pelas normas sociais que imperavam na colónia francesa...
Informação adicional:
Considerado o livro mais autobiográfico da escritora, dramaturga e cineasta Marguerite Duras (1914-1996), O amante, escrito em 1984, recebeu o Prêmio Goncourt, o mais importante da literatura francesa e consagrou-se como sendo a sua obra mais célebre.
O romance narra um episódio da adolescência de Duras: a iniciação sexual, aos quinze anos e meio, com um chinês rico de Saigon. Se as personagens e factos são verídicos, a escrita os transfigura e transcende; não sabemos em que medida a história é verdadeira. Os encontros amorosos são, ao mesmo tempo, intensamente prazerosos e infinitamente tristes; a vida da família contrapõe amor e ódio, miséria material e riqueza afectiva.
A narrativa desenrola-se em torno de uma série de imagens fascinantes. Esse trabalho primoroso com as imagens também pode ser verificado nos mais de vinte filmes dirigidos por Duras e na possibilidade de seus textos se transformarem em filmes, como o fez Jean-Jacques Annaud com O amante em 1991.
Trailer do filme "The Lover" baseado neste livro.
Sobre a autora:
Marguerite Donnadieu, também conhecida como Marguerite Duras (4/03/1914 - 3/03/1996), foi uma escritora e diretora de filmes.
Ela nasceu em Gia Dinh, antiga Indochina Francesa e actual Vietname, e foi para a França, a terra de seus pais, para estudar Direito. Lá, tornou-se escritora. Decidiu mudar o apelido/sobrenome Donnadieu por Duras, nome de uma vila do departamento francês de Lot-et-Garonne onde se situava a casa de seu pai.
É autora de diversas peças de teatro, novelas, filmes e narrativas curtas. Seu trabalho foi associado com o movimento chamado nouveau roman (novo romance) e com o existencialismo. Entre algumas de suas obras estão O Amante, A Dor, O Amante da China do Norte e O Deslumbramento.
Algumas de suas obras foram adaptadas para o cinema como O Amante.
Morreu aos 81 anos de idade de cancro e foi sepultada no cemitério de Montparnasse.
Ela nasceu em Gia Dinh, antiga Indochina Francesa e actual Vietname, e foi para a França, a terra de seus pais, para estudar Direito. Lá, tornou-se escritora. Decidiu mudar o apelido/sobrenome Donnadieu por Duras, nome de uma vila do departamento francês de Lot-et-Garonne onde se situava a casa de seu pai.
É autora de diversas peças de teatro, novelas, filmes e narrativas curtas. Seu trabalho foi associado com o movimento chamado nouveau roman (novo romance) e com o existencialismo. Entre algumas de suas obras estão O Amante, A Dor, O Amante da China do Norte e O Deslumbramento.
Algumas de suas obras foram adaptadas para o cinema como O Amante.
Morreu aos 81 anos de idade de cancro e foi sepultada no cemitério de Montparnasse.
Informação retirada da Wikipédia
A minha opinião:
De início não foi uma leitura fácil devido à forma de escrita de Duras. Já não é a primeira pessoa que diz que ler este livro é como "folhear um álbum de fotografias" e é mesmo disso que se trata. As frases quase que soltas são lançadas no papel e somos nós, o leitor, que as teremos de pescar e compreender o sentido. A partir do momento em que compreendemos a forma de escrever desta autora, a leitura torna-se mais agradável e somos apresentados a uma lindíssima história de amor.
A presença de uma mãe, com a sua desgraça financeira e moral, de um irmão mais velho, drogado, cruel e frio, e a de um irmão mais novo, frágil e oprimido, constituem uma existência familiar triste e trágica, permitindo à personagem principal separar-se da sua família por breves horas sem remorsos das suas acções moralmente puníveis. Afinal, qual será a dificuldade de separação de uma família já de si desagregada?
Depois de entendermos este meio familiar onde a menina-mulher vivia consegui compreender e aceitar melhor os factos que se seguiram: uma paixão louca, sedenta de corpos enroscados e horas passadas a nú e a dois, com um jovem homem e uma menina de quinze anos e meio, que tudo os separa mas que só deles depende a sua união.
Da menina nunca saberemos o seu nome, assim como não saberemos o nome o jovem chinês, como se a autora ao deixar estas personagens sem identificação permitisse que a imaginação dos leitores fosse mais além. Mesmo assim, e talvez devido à escrita tão sucinta, de parágrafos quase deslocados, senti-me uma incómoda voyeur desta relação de amor-obsessão.
7/10
Lido a 23 de Setembro de 2008