Traduzido pela primeira vez para português, Paul Auster é um novo valor da ficção norte-americana. O bestseller, The New York Trilogy é agora, a sua obra mais conhecida e a mais traduzida.
Palácio da Lua, obra posterior, é a narrativa do processo de crescimento do jovem Marco Fogg, a um passo do estado adulto. Marco está neste romance um pouco como Marco Polo quando iniciou a sua viagem até ao Extremo Oriente. Fogg, por outro lado, tem algo do Phileas Fogg que partiu para a volta ao mundo em 80 dias para tudo ver e experimentar. Apenas, a viagem de Marco Fogg é, não tanto uma viagem física, mas uma viagem no espaço interior da personagem. Esta viagem tem as etapas essenciais da morte e do amor, e a estrutura do ser adulto vai-se contruindo. Nos princípios da vida de Marco Fogg, inícios dos anos 60, acontece a primeira viagem à Lua e, desde então, a Lua é a presença constante num firmamento nem sempre límpido. A Lua que representa a força do imaginário do Autor e a mudança de fase na vida de Marco Fogg.
Palácio da Lua, obra posterior, é a narrativa do processo de crescimento do jovem Marco Fogg, a um passo do estado adulto. Marco está neste romance um pouco como Marco Polo quando iniciou a sua viagem até ao Extremo Oriente. Fogg, por outro lado, tem algo do Phileas Fogg que partiu para a volta ao mundo em 80 dias para tudo ver e experimentar. Apenas, a viagem de Marco Fogg é, não tanto uma viagem física, mas uma viagem no espaço interior da personagem. Esta viagem tem as etapas essenciais da morte e do amor, e a estrutura do ser adulto vai-se contruindo. Nos princípios da vida de Marco Fogg, inícios dos anos 60, acontece a primeira viagem à Lua e, desde então, a Lua é a presença constante num firmamento nem sempre límpido. A Lua que representa a força do imaginário do Autor e a mudança de fase na vida de Marco Fogg.
Excertos:
"- As nossas vidas são condicionadas por múltiplas contingências - disse eu tentando ao mesmo tempo ser o mais sucinto possível -, e é para mantermos o equilíbrio que todos os dias lutamos contra todos esses acidentes de percurso e choques. Há dois anos, por razões tanto pessoais como filosóficas, decidi desistir desta luta. Não porque me quisesse matar (não pense isso), mas por pensar que, abandonando-me ao caos deste mundo, talvez o mundo me revelasse uma harmonia secreta, uma forma ou um padrão que me permitisse chegar ao fundo de mim mesmo. A ideia era aceitar as coisas tal como elas aconteciam, seguir ao longo da corrente que flui através do universo. Não estou a dizer que consegui fazer isso muito bem. Aliás, falhei redonda e miseravelmente. Só que o falhanço não invalida a sinceridade da tentativa. Estive quase a morrer, mas no entanto, penso que me tornei uma pessoa melhor."
Retirado da página 82
"«O Sol é o passado, a Terra o presente, a Lua o futuro»"
Retirado da página 215
A minha opinião:
Sempre gostei da escrita de Paul Auster. Uma escrita clara, limpa, concisa. Normalmente, o que Auster escreve chega até mim quase como se estivessemos a falar, por intermédio de uma amigável conversa, e não comigo a ler as palavras escritas, traduzidas e revistas por várias outras pessoas. No entanto devo admitir que quando peguei neste livro tive de parar e voltar a lê-lo desde o início. Não estava acostumada a uma escrita romanceada, quase fantasista neste autor e senti que estava a estranhar o que estava a ler.
Nas primeiras linhas do livro o autor resume tudo o que está retratado neste livro. Mas nem por isso este gesto insólito e surpreendente veio a diminuir os momentos mágicos que passei ao lê-lo. E o que é retratado é a vida irreal e mágica de Marco Frogg.
Enquanto jovem estudante e logo após concluir a faculdade, Marco, recebe um tremendo choque ao saber que o seu tio faleceu. Foi este tio que após a morte da sua mãe, o acolheu e o criou, uma vez que a identidade do pai de Frogg foi sempre um mistério, mistério este que cuja resolução foi levada com a mãe para a sepultura. Por isso Marco ao constatar que o seu muito amado tio faleceu tenta desligar-se de qualquer vestígio de sociedade e cai de cabeça num isolamento social, físico e mental, chegando a perder o pouco que possui e a viver dois anos nas ruas.
Depois de sobreviver a dois anos na rua, Marco, quase a morrer, é salvo por dois amigos que o acolhem e tentam ajudá-lo. A partir daqui é uma avalanche de acontecimentos irreais que se traduzirão em fantásticas coincidências. Coincidências que vão levar Marco Frogg a descobrir a identidade do seu avô, do seu pai e a revelar o mistério que a sua mãe tão zelosamente guardou.
Ao longo de todo o livro somos acompanhados pelas constantes referências à lua. Uma lua misteriosa e magnética que parece guiar a nossa personagem principal na sua lunática vida.
Não posso dizer que tenha gostado muito do livro, mas que apenas foi uma leitura agradável. Não é de todo, um livro que aconselhe como primeira leitura deste autor que tem livros maravilhosos.
5/10
Lido a 31 de Julho de 2008