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Sinopse:
 
Uma manhã de verão no Missouri. Nick e Amy celebram o 5º aniversário de casamento. Enquanto se fazem reservas e embrulham presentes, a bela Amy desaparece. E quando Nick começa a ler o diário da mulher, descobre coisas verdadeiramente inesperadas…

Com a pressão da polícia e dos media, Nick começa a desenrolar um rol de mentiras, falsidades e comportamentos pouco adequados. Ele está evasivo, é verdade, e amargo - mas será mesmo um assassino?

Entretanto, todos os casais da cidade já se perguntam, se conhecem de facto a pessoa que amam. Nick, apoiado pela gémea Margo, assegura que é inocente. A questão é que, se não foi ele, onde está a sua mulher? E o que estaria dentro daquela caixa de prata escondida atrás do armário de Amy?
 
 
A minha opinião:
 
Vou ser brutalmente sincera. Um bom livro não se qualifica como "bom" pelo número de páginas.
 
Para um livro de 511 páginas as primeiras 274 páginas foram um verdadeiro arrastar de descrições e pequeninos acontecimentos e lembranças que a autora usa para conhecermos as personagens. Poucos desenvolvimentos se veem por aqui.
Será que eram mesmo necessárias tantas páginas para fazer entender que a Amy é uma mulher sacrificada, cândida e inocente; que o Nick é um sacana machista egocêntrico que não se lembra que a sua mulher também tem vontades e desejos, apenas pensando no que o satisfaz; e por fim que os pais de Amy veem a filha como uma fonte de rendimento?
 
Claro que a segunda metade (quase metade) do livro é verdadeiramente excecional, mas não me faz esquecer a semana que passei a tentar avançar as páginas e sem conseguir.
 
Penso que foi por volta da 160ª página que pensei para mim - "Ok. Ou pouso o livro de vez, ou tenho de arranjar uma estratégia."
E o que me lembrei?
Procurar na internet se havia disponível a versão audível. E não é que há?
 
Embalada pelo audiolivro eis que chego à segunda parte do livro e aí a coisa mudou totalmente de figura.
A excitação de querer virar a página e saber o que se passa volta e acresce até culminar num último capítulo psicótico.
É aqui que sinto o tão desejado desassossego. Aquela inquietação que se espera ao ler um thriller de qualidade.
 
Agora entendo aquela frase na capa - "Acha mesmo que conhece a pessoa que dorme ao seu lado?"
A ideia é simplesmente arrepiante. Mas verdadeira.
Quantos de nós já conhecemos alguém que não apresentou o seu verdadeiro ser? Apenas vimos aquilo que queríamos ver ou que essa pessoa queria que víssemos? No meu caso já foram tantas!

Como muitas outras pessoas também achei o final um pouco insatisfatório por não ser aquele que queria, mas entendi a escolha da autora.

E apesar de ter gostado daquela segunda metade, penso que o livro no seu todo não é assim tão espetacular.

Quando uma pessoa já leu thrillers absolutamente perfeitos (e aqui vêm-me à memória o livro "Terapia de Choque" de Sebastian Fitzek) vê este livro com outros olhos. E apesar de ter uma excelente construção psicológica de personagens tão perturbadas social e mentalmente, não posso esquecer-me que demorei quase 2 semanas a acabá-lo.

Tudo bem que não sou uma leitora rápida.
Mas não sou assim tão lenta.

Dei 3,5 estrelas em 5.

Agora tenho curiosidade em ver o filme.

 
 

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