Sinopse:
Sentado no seu café preferido, Hercule Poirot prepara-se para mais um jantar de quinta-feira quando é surpreendido por uma jovem mulher. Ela chama-se Jennie e diz estar prestes a ser assassinada.
Mais insólita do que esta afirmação é a sua súplica para que Poirot não investigue o crime. A sua morte é merecida, afirma Jennie, antes de desaparecer noite dentro, deixando o detective perplexo e ansioso por mais informação.
Perto dali, o elegante Hotel Bloxham é palco de três assassinatos. Os crimes têm várias semelhanças entre si: os três corpos estão dispostos em linha reta com os braços junto ao corpo e as palmas das mãos viradas para baixo. E dentro das bocas das vítimas, encontra-se o mais macabro dos pormenores: um botão de punho com o monograma PIJ.
Poirot junta-se ao seu amigo Catchpool, detetive da Scotland Yard, na investigação deste estranho caso.
Serão os crimes do monograma obra do mesmo assassino? E poderão de alguma forma estar relacionados com a fugidia Jennie que, por uma razão indecifrável, não abandona os pensamentos do detetive belga?
Hercule Poirot está de regresso num mistério diabólico que vai testar ao limite as suas célebre celulazinhas cinzentas.
A minha opinião:
Tudo o que diga "Agatha Christie" eu estou lá. Adoro a senhora e a sua mente perversa e retorcida que conseguia pegar na mais carismática e inocente personagem e revelá-la como a mais cruel das assassinas.
Vá lá, quem é que não gosta disso?
Desconhecia de todo esta obra que foi escrita pela autora Sophie Hannah, tendo como inspiração a personagem original de Poirot.
Quando soube da publicação cá em Portugal pela Asa fiquei logo entusiasmada, mas depois de ter visto que a autora não era a Agatha Christie, não vou mentir, fiquei um pouco renitente.
Assim, resolvi ver se havia o original mais barato e se gostasse comprava a obra em papel e em português.
A minha escolha recaiu no audiolivro, mais especificamente nesta edição:
Gostei muito da voz da narradora e a fazer de Poirot esta senhora (Julian Rhind - Tutt) é exímia.
Logo de início senti-me enredada nesta trama tão curiosa (ler a sinopse). Não vou, de todo, referir qualquer pormenor da história, pois acho que a sinopse já revela até demais. Vou antes falar de outros aspetos.
A caraterização das personagens está muito bem feita e devo dizer que neste aspeto a autora chegou quase aos calcanhares da grande Christie. Mas noutros assuntos nem tanto.
O que eu gostava e ainda gosto das obras originais, é o fato de enquanto lia as primeiras páginas era impossível não ficar cativada. Depois, mais ou menos a meio, lá começava eu a imaginar mil e uma maneiras de desvender o que se passava e identificar o verdadeiro criminoso. Esta minha cabecinha arranjava com ideias mirabolantes deste e de outro mundo. E depois? Depois a autora mostrava que afinal era tudo tão simples e que o criminoso estava mesmo à minha frente sem que eu conseguisse sequer imaginar que era ele.
Na minha opinião, esta é uma das razões pela qual Agatha Christie ficou tão famosa, a sua capacidade de nos iludir e sempre com uma simplicidade desarmante.
Quanto a este livro, tal não foi possível. Infelizmente vi logo o que se passava. E não, não é assim tão difícil.
Quando um autor comete o mesmo erro que aqui foi cometido, o leitor fica logo desconfiado. E qual foi esse erro? Excesso de pormenores e de voltas e reviravoltas, numa tentativa de mostrar que conseguia escrever uma trama complicada, mas quem acabou enredada num nó foi a própria autora.
Eu sei que é muito difícil alguém ter a capacidade de Christie de criar com simplicidade algo original e que no entanto nos parece tão complicado. E não vou dizer que não gostei, porque gostei, mas não me encheu as medidas, por assim dizer. E a partir do momento em que identifiquei o/a assassino/a então foi ouvir o resto para acabar o livro (detesto deixar leituras inacabadas).
Dei 3,5 estrelas em 5.
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