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Sinopse:
Corre o Verão de 1942. Para os habitantes de Malta, sujeitos a bombardeamentos diários, os Britânicos representam a última linha de defesa contra os Nazis. Max Chadwick, o oficial de informação, tem como função assegurar que os Malteses recebem notícias que fortalecem a sua relação com os Britânicos. Quando lhe apresentam provas de haver um oficial britânico a assassinar mulheres maltesas, Max tem, melhor do que ninguém, noção das consequências desastrosas que tal revelação acarretaria. Enquanto a violência dos ataques à ilha cresce de dia para dia, Max embarca numa investigação, à revelia de ordens superiores, às escondidas dos amigos e da mulher que ama. Max sente-se, contudo, dividido entre princípios morais e o dever patriótico durante os seus esforços para descobrir o assassino… uma personagem esquiva, sempre um passo à frente do seu perseguidor.





A minha opinião:
O livro começa com um episódio a ocorrer no futuro e toda a situação parece estranha e deslocada do resto do livro. Aqui, logo nas primeiras páginas, começa a ilusão do leitor. Porque tudo está ligado, tudo tem sentido, tudo tem a sua lógica.

Quase todo o livro decorre em 1942, aquando da invasão Nazi pela Europa e África. Nessa altura, a pequena ilha de Malta pertencia à Grã-Bretanha e por estar localizada no meio do Mediterrâneo, como ponto de união entre o que Hitler queria que fosse do seu domínio, a população da ilha viu-se intensamente fustigada com ataques.
Não sendo eu uma amante deste tipo de livros - guerra, espiões,... - o facto de ter devorado ( a palavra é mesmo esta ) este livro surpreendeu-me. A qualidade da narração e das descrições do acontecimentos históricos que levaram à luta e consequente libertação da ilha de Malta, deixou-me agarrada a cada página que passava. É inacreditável o que as gerações de malteses tiveram de suportar séculos, após séculos, apenas porque habitam uma ilha estratégica a todos os povos.

Voltando ao enredo, temos Max, a personagem principal e uma série de outras personagens que pouco conhecemos através de pequeníssimos episódios e através deles vamos, por nossa própria conta e risco, avaliando o carácter de cada uma para ver se conseguimos identificar o assassino. A cada capítulo que lemos vamo-nos arrepiando com a frieza e inexistência de sentimentos e emoções que constitui tal indivíduo. O processo de crescimento deste assassino é completamente plausível. Quem é que em tais situações de desenvolvimento humano, não teria surgido como um adulto perverso? Acredito que muito poucas pessoas. Um assassino invisível e quando quer, extremamente humano, o que é verdadeiramente irónico dada a situação.

Mais um bom livro deste autor.
7,5/10
Lido a 8 de Julho de 2010

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