Páginas

Sinopse:
Os corvos não são aves predadoras. Mas também não são calmos e submissos. O detective-inspector Wexford julgava estar apenas a cumprir o seu dever cívico quando aceitou conversar com Joy Williams a propósito do desaparecimento do seu marido. E certamente não esperava ver-se envolvido num homicídio tão invulgar...


A minha opinião:
Ruth Rendell é, na minha opinião, um ícone literário no policial tal como Agatha Christie. Adoro as duas, e os seus livros são devorados por mim numa questão de meras horas. Este só se tratou de uma excepção por causa da letra minúscula e do amarelo torrado das páginas. Mas devo dizer que este exemplar de Maio de 1986 mostrou-se um valente e amigável companheiro em viagens e esperas. Só foi pena que a desastrada (diga-se eu mesma) tenha descolado a capa ao andar com ele dentro das carteiras.

Quanto à história começa por um desaparecimento de um marido do qual ninguém está muito preocupado e mesmo o nosso detective Wexford vai falar pela primeira vez com a esposa do dito desaparecido só como forma de um favor e ao mesmo tempo de uma simpatia a uma vizinha. Mas quando um segundo marido desaparece de forma misteriosa e sem deixar qualquer rasto, testemunha e em condições parecidas com o primeiro, aí Wexford fica mais atento e desconfia que este caso tem mais que se lhe diga.

Um mistério delicioso nos últimos dias deste ano.
6/10
Lido a 23 de Dezembro de 2010
FELIZ NATAL para todos!
Sinopse:
Ele entrou na vida dela com a ousadia de uma tempestade.
Ela arrebatou-o com a intensidade de um furacão.
Sete anos e milhares de quilómetros depois… o reencontro está finalmente marcado.

Christian é excêntrico, enigmático, o mais famoso recluso da aristocracia inglesa. Vive isolado, não tem amigos e o seu coração nunca foi tomado por ninguém… com excepção de Leona, uma mulher determinada, exótica, belíssima. Mas isso aconteceu em Macau, naquela que parece ter sido uma outra vida.
As notícias da chegada de Leona a Londres deixam-no aturdido. Christian decide então que nada o impedirá de finalmente a possuir. Não podia saber que entre as famílias de ambos pulsam segredos impossíveis de ignorar… e que o grande amor da sua vida acalenta um mortal desejo de vingança!

Uma viagem no tempo até uma era marcada por escândalos, intriga e desejos secretos, no novo e sensual romance de Madeline Hunter: a história de um homem capaz de arriscar tudo pela mulher que ama – até a revelação do seu mais secreto pecado.




A minha opinião:
Já não é mistério nenhum que eu gosto desta autora. Sempre que a Asa edita algum livro desta senhora é ver-me a ir direitinha a uma FNAC, BERTRAND ou livraria da esquina.
Parte do fascínio que esta autora provoca deve-sa sobretudo à fluidez na escrita dela que permita que, por muito complicada que seja a trama, os leitores devorem os seus livros sem dar conta do passar de páginas.

Quanto a este livro, os principais pontos já estão escarrapachados na sinopse e daí eu não avançar mais.
A personagem principal masculina Christian, ou Edmund, já tinha aparecido nos livros anteriores como alguém afastado da sociedade por sua escolha, um autêntico eremita excêntrico com muito poder social e político, mas a verdadeira razão do seu afastamento apenas neste volume é desvendado. Por acaso é algo que não me passava pela cabeça, cuja surpresa fez-me gostar ainda mais deste livro.
Christian é um homem que já está habituada a que os outros se vergam perante a sua vontade e ímpetos e não admite um não, respondendo com ferocidade quanto tal acontece. Com Leona ele irá enfrentar uma mulher forte, determinada e que está habituada a lutar no perigoso mundo dos homens (piratas, muçulmanos,...) e que não age contra os seus princípios ou determinações. Perante tal mulher Christian terá de refrear muito o seu ego gigantesco.

Gostei da luta entre as duas personagens, embora a personagem principal masculina não tenha sempre lutado de forma honesta. O único GRANDE senão neste livro é a sua enorme carga erótica. Tantas referências sexuais entre estas duas personagens! Demasiadas, na minha opinião. Tirando isto, este é mais um excelente livro que nos ensina (pelo menos a mim ensinou, porque desconhecia por absoluto) a enorme culpa que Inglaterra teve no tráfico e disseminação do ópio pelo mundo.

7,5/10
Lido a 15 de Dezembro de 2010

Sinopse:
Por vezes é necessário enfrentar aquilo que mais tememos para não perdermos o amor.

Em Feitiços de Amor, Barbara Bretton, cujas obras figuram na lista das mais vendidas do USA Today, apresentou Chloe Hobbs, filha de uma feiticeira e proprietária de uma loja de lãs. Agora, nesta sequela mágica, Chloe, que conserva ainda alguns dos seus poderes, está prestes a descobrir que o amor pode não conquistar todos, ao contrário de uma fada maléfica...
Alguma vez tiveram a sensação de que o destino finalmente acertou em cheio? Foi o que senti quando conheci Luke MacKenzie. E ninguém me podia ter convencido do contrário – nem os trolls, selkies, ou espíritos que também chamam terra natal a Sugar Maple, em Vermont. Mas se habito numa vila que abunda em segredos, porque me admiro que o homem que amo também esconda alguns? É que a sua ex-mulher apareceu sem mais nem menos, exigindo ver o espírito da filha de ambos, Steffie, uma criança cuja existência eu desconhecia.
Agora, parece que o espírito de Steffie está refém de uma certa líder das fadas. E se eu urdir um feitiço para libertar o espírito da menina, a minha inimiga também ficará livre – livre para destruir a minha loja de lãs, toda a vila de Sugar Maple e todos os que nela vivem. Mas se eu não o fizer, Steffie não será a única a passar a eternidade no inferno. Eu irei ter com ela, amaldiçoada com um coração destroçado…



A minha opinião:
Já tinha lido o Feitiços de amor (livro anterior desta autora) e ficou em mim uma certa insatisfação. Esperava mais e até tinha dito para mim mesma que se calhar esta não era uma boa aposta a seguir.
Mas depois de ter lido uma crítica tão boa num dos blogues que sigo, decidi dar uma oportunidade ao A Magia do Amor. Concordo que desta vez houve uma tentativa da autora de aprofundar a história e alargar um pouco os horizontes, tendo como personagens activas alguns dos habitantes de Sugar Maple, em Vermont. Mas além disso o que tem este livro a oferecer que o primeiro volume já não tenha dado ao leitor? Eu respondo - simplesmente nada.
Apesar de surgir a ex-mulher do Luke que dá um pouco mais de entusiasmo à coisa, essa pitada de entusiasmo depressa se desvanece quando nos apercebemos que este livro é quase uma repetição do 1º livro - a má da fita é a mesma, os objectivos idênticos, os problemas sociais e emocionais das personagens são iguaizinhos. Enfim, acho que quando temos tanta variedade de bons romances à venda e ainda a descobrir, este é um livro a esquecer.
Resumindo, esta foi uma completa desilusão...
3/10
Lido a 13 de Dezembro de 2010
Sinopse:
UM JURAMENTO SAGRADO
UM ANJO CAÍDO

UM AMOR PROIBIDO
Apaixonar-se não fazia parte dos planos de Nora Grey. Nunca se sentira atraída por nenhum dos rapazes da sua escola, apesar da insistência de Vee, a sua melhor amiga.
Então, aparece Patch. Com um sorriso fácil e uns olhos que mais parecem trespassar-lhe a alma, Patch seduz Nora, deixando-a completamente indefesa.
Mas, após uma série de encontros assustadores com Patch, que parece estar sempre onde ela está, Nora não consegue decidir se há-de cair-lhe nos braços ou fugir sem deixar rasto.

Em busca de respostas para o momento mais confuso da sua vida, Nora dá consigo no centro de uma antiga batalha entre imortais. E quando é chegada a altura de escolher um rumo, a opção errada poderá custar-lhe a vida.


A minha opinião:
Para ser sincera peguei neste livro a pensar que iria ler o início e ficaria por aí. Tenho andado um pouco saturada de tantos livros de e sobre vampiros, e neste parecia-me que a autora tinha feito uma pequena reciclagem (substituiu os vampiros por anjos) e a receita seria a mesma. Como me enganei!
Aqui está um bom exemplo de um livro fantástico original e que poderá viciar muitos leitores sem recorrer à mesma fórmula vampiresca da Stephanie Meyer.

Nora Grey é uma jovem sem grandes paixões. É uma aluna que tenta obter boas notas e que luta para vencer o desgosto de ter o seu pai assassinado em circunstâncias misteriosas. Com uma mãe praticamente ausente por causa do trabalho, Nora é uma jovem solitária que pode contar apenas com a empregada Dorothea que é quase da família e a sua amiga tresloucada Vee. Apesar de compreender que a ausência da sua mãe é uma luta para não perder o emprego e conseguir dinheiro suficiente para a sobrevivência das duas e para a manutenção da casa de família, Nora irá constantar que a solidão a que se dedica poderá revelar-se fatal.

De um momento para outro a vida pacífica e quase monótona de Nora vê-se totalmente preenchida com a presença de Patch, o motoqueiro negro e sedutor, o simpático e sempre prestável Elliot que anda sempre acompanhado pelo estranho Jules, ao que se adiciona a nova psicóloga da escola que está mais interessada em afastar Nora de Patch do que no trauma pelo qual Nora passou há um ano atrás.

O livro é altamente viciante e para isso contribui o facto de quase todas as personagens terem algo a esconder. Até a amiga de infância Vee parece estar sempre a convidar Nora para irem para sítios isolados.

Suspeitas, ameaças, vingança e mortes são alguns dos ingredientes deste livro que me deu bastante prazer.
Não é de todo uma obra prima, mas será uma série que irei acompanhar com muito gosto.
Porto Editora... para quando os próximos volumes?

7,5/10
Lido a 4 de Dezembro de 2010

Sinopse:
No Inverno mais frio de que há memória na Suécia, um homem, nu e obeso é encontrado pendurado num carvalho solitário no meio das ventosas planícies de Ostergotland. O cadáver apresenta sinais evidentes de violência mas, em volta, a jovem e ambiciosa inspectora Malin Fors só pode constatar como a neve cobriu e ocultou para sempre as eventuais pistas deixadas pelo assassino. A única certeza é que o macabro achado vai abalar a vida tranquila da pequena comunidade de província e trazer de volta terríveis segredos há muito escondidos.

Sangue Vermelho em Campo de Neve - Inverno revela aos leitores portugueses Mons Kallentoft, um autor brilhante que, com este livro, ocupou de imediato os primeiros lugares nos top de vendas dos países nórdicos e está a ser traduzido pelas mais importantes editoras na Europa.


A minha opinião:
Mas que raio de decepção de livro!
O enredo é satisfatório, a complexidade das personagens é boa. No entanto, a acção é demasiadas vezes intercalada por momentos parados ou demasiado lentos de descrição e/ou pensamentos de alguma personagem, levando qualquer um a achar que este é um livro morno e por vezes chato de continuar a ler.
O que salvou a coisa foi o desfecho que foi original e que foi enriquecido pela, como já referi, complexidade das personagens.
Mas saldo final - o livro é uma absoluta perda de tempo e não me verão, com toda a certeza a prosseguir leitura pelos restantes volumes desta tetralogia.

3/10
Lido em Novembro de 2010

Sinopse:
Titus, o Herdeiro de Gormenghast é literatura fantástica mas não se assemelha a nada que tenha sido escrito antes ou depois. Gormenghast é um castelo antiquíssimo, do tamanho de uma cidade e que, tanto quanto sabemos, pode ser a única construção em todo o mundo. Sem pontos de referência para a nossa realidade, o romance adquire uma atmosfera surreal e mágica. As personagens são todas elas bizarras: o taciturno e cadavérico Mr. Flay, o vulgar e obeso Swelter, o ligeiramente deformado mas brilhante Steerpike. E Titus, o herdeiro de Gormenghast. O castelo de Gormenghast é um mundo de pesadelo e nenhuma pessoa sã lá quereria viver... e no entanto, quão estranho, belo e divertido é esse mundo! Arrisque-se nesta leitura pois nunca mais a irá esquecer.


A minha opinião:
Esta foi, sem qualquer margem para dúvidas, uma minha crítica/opinião que mais me custou escrever. Não porque tenha detestado o livro, nada disso! Apenas porque, enquanto escrevo estas linhas, sei perfeitamente que, por muito que eu tente descrever as sensações e o ambiente sombrio que o leitor sente ao ler este livro, NUNCA se aproximará da realidade.
Isto não é um livro... é uma experiência de vida descrita em papel.

No início do livro, o foco é dirigido a Titus, o herdeiro de todo o Gormenghast. É descrito com todo o pormenor o ambiente de caos que todo o castelo vive em consequência deste nascimento, por uns desejado, por outros estranhado.
Durante várias páginas, vamos acompanhando o crescimento de Titus, ao mesmo tempo que conhecemos mais profundamente algumas das personagens... e que personagens! Não bastava o ambiente soturno, sombrio e gótico, ainda nos deparamos com personagens estranhas, perversas, curiosas, mas absolutamente fascinantes.
Mas eis que, a dado momento do livro, o enfoque do enredo altera-se e começamos a acompanhar Steerpike, um simples rapaz, ajudante na cozinha de Gormenghast que, aos poucos, vemos que de "simples" este moço não tem nada. A complexidade desta personagem, combinada com a sua ambição desmedida, torna-a sedutora e viciante.

Basicamente, este livro não tem grande acção ou momentos excitantes, consistindo em 437 páginas de descrições e narrações.
 
Saio deste livro com um sentimento de estranheza, comparável apenas ao que se sente ao vermos um filme do grande Tim Burton.
6/10
Lido em Outubro de 2010
Sinopse:
David Hunter, o antropólogo forense que protagonizou os romances A Química da Morte e Escrito nos Ossos, regressa aos Estados Unidos onde o espera um dos maiores desafios da sua carreira. Numa cabana nos bosques é encontrado um corpo cujo estado de decomposição aponta para uma morte ocorrida há pelo menos seis dias. Porém, a quantidade de sangue no local e o facto de a vítima ter os membros amarrados sugerem que esta ainda estava viva quando a cabana foi alugada, cinco dias antes. Será David capaz de decifrar o quebra-cabeças ou terá enfim encontrado um rival à altura?


A minha opinião:
Já li este livro à cerca de um mês, mas ficou retido na minha memória como um dos melhores que li este ano.
Apesar de não ter lido nada do autor, inclusivé os dois títulos que foram publicados pela Editorial Presença antes deste, não pude deixar de o comprar dado o seu preço (uma pechincha). Depois peguei-o mais no espírito do ora vamos lá ver se isto vale a pena ou é mais um para esquecer. Sim, porque a minha ausência neste blogue não se deve ao facto de não andar a ler, mas sim de andar a ler livros que me desesperam dada a sua fraca qualidade e inegável qualidade de me fazerem pensar mas porque raios estou eu a perder tempo a ler isto? Mas isto fica para um post posterior. Quanto a este livro o que posso dizer além de que é fabuloso?

David Hunter é um antropólogo forense com algumas cicatrizes resultantes de encontros mano a mano com assassinos. É um homem calmo e perfeitamente realista que nos parece o vizinho do lado, normalíssimo. Depois de David ter tido um valente susto (que terei de ler os livros anteriores para saber o que é que foi exactamente) decide viajar até aos Estados Unidos e aprofundar os seus conhecimentos através de uma visita à famosa Quinta dos Cadáveres (que existe na realidade) e aproveita para visitar o seu velho amigo Tom Lieberman. Mas esta viagem será mais para acalmar a sua constante sensação de estar a ser vigiado, perseguido, atacado... enfim, aliviar a adrenalida que ainda permanece no seu organismo após o último livro.
Mas nem tudo são rosas e descanso, e após pouco tempo David vê-se convidado a visitar o local de um estranho homicídio. Embora seja convidado a dar o seu parecer neste caso, existirão muitas pessoas que não vêem a intervenção deste inglês com bons olhos e tudo farão para o afastar. A isto adiciona-se um assassino GENIAL cuja inteligência e astúcia me fez lembrar o famoso Hannibal Lecter. Este será o início de muitas páginas de puro prazer e deleite de qualquer leitor. 


No meu entender de simples leitora apreciadora de policiais e thrillers, este livro não tem defeitos a apontar.
Apesar de não ter lido os livros anteriores senti-me sugada na história e acompanhei com fervor estas personagens de tal modo que dei por mim a sentir pena de as deixar, ao virar a última página.


9/10
Lido em Outubro de 2010

Sinopse:
No seu mais recente romance mágico, Sarah Addison Allen convida-nos a visitar uma pitoresca cidade do Sul dos Estados Unidos onde duas mulheres bem diferentes descobrem como encontrar o seu lugar no mundo, por mais deslocadas que se sintam.

Emily Benedict vai para Mullaby, na Carolina do Norte, na esperança de resolver pelo menos alguns dos mistérios que rodeiam a vida da mãe. Porém, assim que Emily entra na casa onde a mãe cresceu e trava conhecimento com o avô, cuja existência sempre desconhecera, descobre que os mistérios não se resolvem em Mullaby, são um modo de vida: o papel de parede muda de padrão para se adequar ao estado de espírito do ocupante do quarto, luzes inexplicáveis dançam pelo quintal à meia-noite, e uma vizinha, Julia Winterson, cozinha esperança sob a forma de bolos, desejando não apenas satisfazer a gulodice da cidade mas também reacender o amor que receia ter perdido para sempre.
Mas porque desencorajam todos a relação de Emily com o atraente e misterioso filho da família mais importante de Mullaby?
Ela veio para a cidade a fim de obter respostas, mas tudo o que encontra são mas perguntas.
Um bolo de colibri poderá trazer de volta um amor perdido? Haverá mesmo um fantasma a dançar no quintal de Emily?
As respostas não são nunca o que esperamos, mas nesta pequena cidade de adoráveis desadaptados, o inesperado faz parte do dia-a-dia.



A minha opinião:

Desta autora adorei "O jardim encantado", gostei do "O quarto mágico" e com este novo "O feitiço da lua" acho mesmo que a magia que senti no primeiro livro voltou e cativou-me.
Nestes 3 livros é fácil de ver que esta autora segue sempre a mesma linha condutora - a de misturar a vida comum, do dia-a-dia, com elementos mágicos, do fantástico, e o resultado não desilude.

Este livro começa com a chegada da jovem Emily a Mullaby, para viver com o seu avô. Avô este que não é um homem normal, devido à sua elevada estatura.
Emily veio em busca da sua única família directa, mas também para descobrir que a mulher perfeccionista e justa que era a sua mãe, não o era quando vivia em Mullaby. Aliás, para toda a população, Emily é personna non grata por causa de uma tragédia do passado provocada pela sua mãe.
Enquanto luta para convencer a população desta pequena cidade de que ela não deve ser responsabilizada pelo que a sua mãe possa ter feito, Emily começa a sentir-se cada vez mais próxima do único rapaz em toda a Mullaby que lhe está interdito. O porquê... será o que Emily irá descobrir, contra tudo e contra todos.

Ao mesmo tempo que acompanhamos Emily na descoberta sobre a verdade do passado da sua mãe, vemos outra personagem feminina desabrochar ao longo do livro - Julia Winterson.
Julia, que quando era jovem era considerada estranhíssima por todos, teve uma vida difícil e tumultuosa. Depois de tantos anos a viver noutra cidade, ela veio a Mullaby enfrentar a ambiciosa e fria madrasta enquanto tenta pagar as dívidas que o seu falecido pai deixou. Mas Julia não pretende ficar em Mullaby a viver. O plano é trabalhar no restaurante do pai e vendê-lo com uma boa margem de lucro para conseguir saldar todas as dívidas, e prosseguir a sua vida bem longe desta cidadezinha que lhe faz sentir, a cada virar de esquina, uma pessoa insignificante e sem importância. Mas um homem, Sawyer, está decidido a não deixar escapar Julia... não desta vez! Mas Sawyer primeiro vai ter de derrubar as mil e uma barreiras que Julia criou como armadura e descobrir que a ligação entre ele e Julia ainda existe, mas que se desvendar o que é que ainda os une após tantos anos, existe o perigo de que essa verdade pode destruí-lo.

Um livro delicioso que li num instante, mas cujo fim não esmiuça tudo e deixa algumas coisas em aberto para desfrute da imaginação de cada leitor.

7,5/10
Lido em Outubro de 2010

Sinopse:
Um romance sobre o poder transcendente do amor e a faceta feminina de Deus.
Uma história que as mães gostarão de contar às filhas.

 

Lily cresceu na convicção de que, acidentalmente, matou a mãe quando tinha apenas quatro anos. Do que então aconteceu, ela tem não só as suas próprias recordações mas também o relato do pai. Agora, aos catorze anos, tem saudades da mãe, a quem mal conheceu mas de quem recorda a ternura, e sente uma desesperada necessidade de perdão. Vive com o pai, violento e autoritário, numa quinta da Carolina do Sul, e tem apenas uma amiga, Rosaleen, uma criada negra cujo semblante severo esconde um coração doce.

Na década de 60, a Carolina do Sul é um sítio onde a segregação é ainda realidade. Quando, ao tentar fazer valer o seu recém-conquistado direito de voto, Rosaleen é presa e espancada, Lily decide agir. Fugidas à justiça e ao pai de Lily, elas seguem o rasto deixado por uma mulher que morreu dez anos antes e encontram refúgio na casa de três excêntricas irmãs apicultoras. Para Lily esta vai ser uma viagem de descoberta, não só do mundo, mas também do mistério que envolve o passado de sua mãe.

A Vida Secreta das Abelhas é um romance sobre o poder transcendente do amor e a faceta feminina de Deus. Sue Monk Kidd, ao escrever sobre o que é misterioso, e até difícil, na vida, ilumina tudo o que esta tem de maravilhoso. Ela prova que uma família pode ser encontrada nos sítios menos prováveis – talvez não sob o nosso próprio tecto, mas no sítio mágico onde encontramos o amor.


A minha opinião:
Este é mais um livro que saltou da sua posição poeirenta que tinha na estante, e neste passado Setembro, veio-me deliciar. Um livro que ficará para sempre no meu coração.


Praticamente todo o enredo está muito bem sumariado nesta sinopse que a Asa disponibiliza aos seus leitores, mas o que é absolutamente indescritível é o carinho que sentimos pelas personagens, o desespero com que acompanhamos esta evolução anti-racista pela qual a América passou  na década de 60 e a saudade com que este livro nos deixa quando lemos o último parágrafo.

Sinceramente não pensei que este livro estaria tão bem escrito e que me sentiria tão atraída por esta história. Parti para esta leitura a pensar que a personagem principal, a pequena Lily, seria uma moça traumatizada e profundamente perturbada por saber que foi ela a assassina da própria mãe, o que em parte é verdade, mas o que também é verdade é que Lily é uma menina extraordinariamente forte psicologicamente e o crescimento físico, emocional e mesmo social que acompanhamos ao longo destas 285 páginas, tornou-me muito mais rica enquanto ser humano.

Um livro a guardar, a reler e a recomendar a toda a gente. Muito bom.
E agora toca a ver o filme...

9/10
Lido em Setembro de 2010


Sinopse:
Neste cativante último romance da trilogia NO JARDIM, da brilhante autora de sucesso de vendas Nora Roberts, três mulheres aprenderam que o coração da sua histórica casa é habitado por um mistério antigo.

Hayley WB Phillips procura em Memphis um novo começo para si e para a sua filha. Aí encontra um lar e grandes amizades, incluindo Harper, que se torna mais do que um amigo… Mas Hayley receia ceder ao desejo, pois suspeita que os sentimentos que nutre não são só seus, mas copiados da wb. Imagens do passado e um comportamento imprevisível levam-na a acreditar que a Noiva Harper se introduziu na sua mente e no seu corpo. Está na altura de a Noiva descansar em paz; só assim Hayley poderá perceber de novo o seu coração e saber se está disposta a correr o risco…


A minha opinião:

E assim acabei de ler a minha primeira trilogia desta autora.
As surpresas não foram muitas - já se sabia qual seria o casal romântico retratado; o passado de cada personagem e as suas expectativas; a razão pela qual o fantasma da noiva Harper insistia em perseguir e atormentar os descendentes desta família e até já se sabia que se houvesse algum casal que se atrevesse a algum acto de romantismo na mansão, então teria de enfrentar a fúria deste fantasma.

Apesar de saber tudo isto, gostei de ler este livro. Apesar de se saber já com antecedência tudo o que iria acontecer neste terceiro e último volume, foi com algum espanto que fui surpreendida com o desfecho. Nora Roberts permitiu-se uma última cartada que qualquer leitor não estará, de todo, à espera.

6/10
Lido em Agosto de 2010
Sinopse:
Em Cambridge, uma criança foi violentamente assassinada e outras crianças desapareceram. Os judeus, bodes expiatórios do clero cristão todo-poderoso, foram forçados a esconder-se no castelo para evitar a matança por parte dos revoltados habitantes da cidade. Henry, o rei da Inglaterra, não está satisfeito. Os judeus representam grande parte do seu provento e o verdadeiro assassino tem de ser encontrado, e rapidamente. Um investigador famoso, Simon de Nápoles, é recrutado e chega à cidade vindo do continente acompanhado de um árabe e de uma jovem, Adelia Aguilar. Há poucas médicas na Europa do século XII, mas Adelia é uma delas, tendo frequentado a grande Escola de Medicina de Salerno. Além disso, a sua especialidade é o estudo de cadáveres; ela é, de facto, uma mestra da arte da morte, uma capacidade que deve ser escondida pois pode levar a jovem a ser acusada de bruxaria. A investigação de Adelia leva-a a Cambridge, aos seus castelos e conventos, e, numa cidade medieval cheia de vida, ela faz amigos e até se apaixona. Fatalmente, atrai a atenção de um assassino que está preparado para matar mais uma vez.


A minha opinião:
Mais um livro que saltou da estante, onde estava a ganhar pó à algum tempo, para a minha mesa de cabeceira.

Cambridge, ano de 1170, altura da Páscoa. Um condado pacato, onde a vida se concretiza no arrastar lento de dias, sem grandes emoções ou confusões. Até ao dia em que um menino é encontrado morto no fundo do rio que atravessa Cambridge.

As pessoas que vêem o pobre corpinho de Pedro de Trumpington juram que ele tinha marcas de crucificação, ao que se juntam outros testemunhos de pessoas que juram terem visto uma cruz pendurada na casa do mais importante e influente judeu de Cambridge, e isto tudo enquanto nesta mesma casa se celebrava um casamento.
As suspeitas são muitas e as dúvidas ainda são mais, uma vez que estamos em pleno século XII, as mentes são pouco iluminadas e as testemunhas são pessoas simples, camponeses, cuja instrução e educação é nula.
Este trágico acontecimento leva à revolta da população que assassina o dono da casa onde a cruz foi vista e a sua esposa, e leva a que todos os judeus de Cambridge se refugiem no castelo.

Um ano passa e mais crianças começam outra vez a desaparecer, sem testemunhas ou pistas.
Apesar do povo judeu ainda se encontrar confinado às paredes do castelo, são eles o bode espiatório, colocando o xerife do condado numa posição ingrata uma vez que é ele que está a abrigar os judeus e os restantes habitantes exigem um linchamento conjunto a todos os assassinos.

Ao rei de Inglaterra Inglaterra, Henrique II, que ainda está fragilizado com a confusão política e religiosa que levou ao assassínio de Thomas Beckett (ver aqui), toda esta situação caótica é profundamente enervante e exige uma solução rápida e eficaz. Não tanto pela justiça, mas mais porque o povo judeu são quem emprestam dinheiro aos mais necessitados e nesses empréstimos recaem impostos que constituem uma importante fonte de rendimento do rei.
Assim, Henrique II escreve ao seu primo, o rei de Nápoles um pedido de ajuda. Nápoles envia um homem que reserva algumas surpresas e que será acompanhado por "(...) uma pessoa entendida nas causas da morte." - retirado da página 22. Onde mais ir buscar tal pessoa sem ser em Salerno? Capital mundial dos avanços na Medicina.
Assim, Salerno envia a pessoa mais especializada nesse campo, o problema é que é... uma mulher.

Numa Inglaterra retrógrada onde o preconceito é lei, e em que uma mulher é facilmente acusada de bruxaria, Adelia Aguilar, terá que ser muito subtil, quase transparente nos seus actos e intenções.

Este livro revela uma boa pesquisa, e a envolvência com o leitor é quase perfeita. Com um enredo bem construído e com personagem simplesmente deliciosas que me ficarão na memória, este é um livro que vale a pena comprar e passar umas boas horas onde o prazer de ler é garantido!
7,5/10
Lido em Agosto de 2010


Sinopse:
Na Itália do século XVI, o jovem pintor Bernardino Luini, discípulo favorito do mestre Leonardo da Vinci, é encarregado de pintar um fresco religioso na igreja de Saronno, uma pequena localidade nas colinas da Lombardia. Ao entrar na igreja, a sua atenção é captada pela beleza e pela melancolia da jovem Simonetta, viúva de um poderoso senhor feudal morto em combate.
Sozinha e a ver a sua fortuna desaparecer até não restar nada mais a não ser as amendoeiras da sua villa, Simonetta acede a posar como modelo para Luini, que a imortalizará para sempre nos frescos da igreja como a Virgem di Saronno. À medida que o trabalho progride, artista e modelo apaixonam-se, selando o sentimento com um beijo que escandalizará a Igreja.
À genialidade com que Bernardino imortalizará a sua musa, Simonetta retribui com a criação da sua própria obra de arte: um licor especial fabricado com o fruto das suas amendoeiras. O licor ficará conhecido, até aos dias de hoje, como o famoso Amaretto di Saronno.
Contudo, antes de ambos completarem as suas obras, a relação é fortemente abalada por um acontecimento que porá em perigo aquele amor. E as suas vidas.
Uma inesquecível história de paixão e arte que se desenrola tendo como pano de fundo uma Itália Renascentista, onde a intriga, os escândalos, a guerra e a intolerância religiosa imperavam no dia-a-dia.



Obras de Bernardino Luini, aprendiz do mestre Leonardo da Vinci:


Susanna and the Elders, 1515-24


The sleeping Christ
Adoration di Magi, 1525


A minha opinião:
Simonetta era apenas uma menina quando desposou com Dom Lorenzo di Saronno, outro rapaz cuja visão do mundo ainda é muito restrita.
Quando numa batalha Dom Lorenzo é morto, o véu de engano que cobria os olhos da senhora di Saronno é levantado e ela, que sempre foi acostumada a luxos e grandezas, vê-se na mais pura miséria, com a única solução de ter de batalhar e trabalhar para comer.
A transformação que esta personagem sofreu por causa deste acontecimento trágico fez-me gostar muito mais do que estava a ler. A menina fez-se mulher para poder colocar pão na mesa.
Nesta luta desenfreada de sobrevivência, Simonetta vê-se confrontada com uma tentadora, mas inesperada, proposta - a de ser o modelo para a imagem feminina religiosa que será pintada pelo famoso Bernardino Luini nas paredes da igreja di Saronno. O que Simonetta não sabe é que este homem, conhecido como O Lobo já tem uma outra finalidade para si.

Caída em desgraça por uma série desastrosa de acontecimentos, Simonetta vê-se mais uma vez a recorrer a forças que não pensava que tinha para sobreviver, tendo a seu lado amigos que antes pensaria com desprezo. Mas a maior luta de Simonetta ainda está para vir quando um homem conhecido apenas por Selvaggio (o selvagem), decide enfrentar a senhora di Saronno destruindo todo o mundo que ela construiu com esforço.

Um livro soberbo. Nunca pensaria que em breves 284 páginas leria uma história tão completa, tão extraordinária.

Não se trata apenas de um romance, uma história de amor. Apesar da verdadeira identidade de Selvaggio ser por demais evidente, este livro não se resume a este mistério. Este livro é uma lição de vida de muitas formas. Uma delas é a (in)tolerância religiosa associada ao preconceito, numa época em que a Inquisição fazia inúmeras vítimas.
Para ler e pensar.

Numa altura em que o preço dos livros estão um absurdo, o preço deste (abaixo da média) associada à sua elevada qualidade, justifica a sua compra por homens e mulheres.
Uma excelente leitura!
8,5/10
Lido a 16 de Agosto de 2010

Sinopse:
Não se fala noutra coisa na cidade. Num momento menos sóbrio, os dois mais famosos libertinos de Londres - o conde de Manderville e o duque de Rothay - fazem uma aposta muito publicitada para decidirem qual deles é o melhor amante. Mas que mulher que reúna beleza, inteligência e discernimento concordará em ir para a cama com ambos os homens e declarar qual deles é mais competente a satisfazer os seus desejos mais profundos? Lady Caroline Wynn é a última mulher que alguém esperaria que se oferecesse. Uma viúva respeitável com uma reputação de gelo, lady Caroline mantém-se firmemente fora do mercado de casamento. Pode não desejar outro marido, mas o seu breve casamento deixou-a com algumas perguntas escandalosas sobre o acto de fazer amor.

Se o conde e o duque concordarem em manter secreta a identidade dela, lady Wynn decidirá qual dos dois detém a maior mestria entre os lençóis. Mas, para surpresa de todos, o que começa como uma proposta indelicada transforma-se numa espantosa lição de amor eterno...
 
A minha opinião:
Eu sou daquelas meninas leitoras que ora gosta de um bom thriller com um infinito contar de corpos e um(a) assassino(a) inteligente e perspicaz, ora gosta de um bom romance com algumas pitadas de realismo e personagens fortes, quer seja histórico, de época ou nada disto.
Desta feita, peguei neste livro à espera de uma leitura leve, divertida, cómica e com algum romantismo à mistura. O que obtive não foi bem o que esperava.

Cerca de dois terços do livro é de um cariz erótico como eu já há muito não lia. Certas passagens é de arregalar os olhinhos e ficar com receio que o senhor ou senhora que está sentado(a) perto de nós não esteja a ler o mesmo que nós. Mas não posso dizer que não gostei de ler esta parte. Aliás... acho que ninguém  vai ler e dizer que "Humm... não gostei." Báh!! Mentira.
Quanto a mim digo que gostei mas não adorei.

Apenas o terço final do livro é que eu posso dizer que gostei e gostei bastante. Aqui é que se vê no que são feitas as almas destas personagens, e digo-vos que são personagens FABULOSAS, desde Lady Caroline e Lady Annabel, até Sir Derek e Sir Nicholas.

Como a sinopse indica, tudo começa com uma infame aposta entre dois senhores da alta sociedade, feita quando estavam muito embriagados. O que eles não poderiam sequer imaginar era que esta aposta seria aceite por uma senhora lindíssima e com fama de ser distante, fria e altamente conservadora.
Espicaçado pela curiosidade, o duque de Rothay insiste em ser o primeiro a levar, em segredo, a dita senhora para um lugar afastado de tudo e de todos para concretizar a aposta. Mas com o que ele não conta é com os inúmeros obstáculos que vai ter de enfrentar e derrubar se quer que a passagem de Lady Wynn pela sua cama passe de efémera a permanente.
Ao mesmo tempo o conde de Manderville luta contra tudo e todos para reconquistar o ingénuo mas resistente coração de Lady Annabel, uma menina que viu crescer e que é protegida do seu tio. Além disso terá de resolver como irá actuar perante a famosa aposta. Se ele enfrentar a situação perderá Annabel para sempre assim como a amizade do seu melhor amigo. Se ele fugir ou negar-se a concretizar tal aposta, terá a sua honra e dignidade arrasada por toda a sociedade e perante todos os homens.

Um livro engraçado que, para mim, teve muito mais piada mais para o final. Depois da concretização da aposta.
6/10
Lido a 11 de Agosto de 2010

Sinopse:
Uma flo­resta assom­brada. Um cas­telo amal­di­ço­ado. Uma jovem que foge do seu pas­sado e um homem que é mais do que parece ser. Uma his­tó­ria de amor, trai­ção e reden­ção… Whis­tling Tor é um lugar de segre­dos, uma colina arbo­ri­zada e mis­te­ri­osa que alberga a for­ta­leza dete­ri­o­rada de um chefe tri­bal cujo nome se pro­nun­cia no dis­trito em tons de repulsa e de amar­gura. Há uma mal­di­ção que paira sobre a famí­lia de Anluan e o seu povo; os bos­ques escon­dem uma força peri­gosa que pro­nun­cia des­gra­ças a cada sus­surro. E, no entanto, a for­ta­leza aban­do­nada é um porto seguro para Cai­trin, a jovem escriba inqui­eta que foge dos seus pró­prios fan­tas­mas. Ape­sar do tem­pe­ra­mento de Anluan e dos mis­te­ri­o­sos segre­dos guar­da­dos nos cor­re­do­res escu­ros, este lugar há muito temido pro­vi­den­cia o refú­gio de que ela tanto pre­cisa. À medida que o tempo passa, Cai­trin aprende que há mais por detrás do jovem des­feito e dos estra­nhos mem­bros do seu lar do que ela pen­sava. Poderá ser ape­nas atra­vés do amor e da deter­mi­na­ção dela que a mal­di­ção será des­feita e Anluan e a sua gente libertados…


A minha opinião:
Peguei neste livro porque estava mesmo a precisar de um livro especial, que me enviasse directamente para o mundo da fantasia e este parecia ter mesmo isso.
Caitrin é uma jovem fugitiva que se aventura pelo país fora. Este acto é de elevada estupidez e irracionalidade uma vez que se trata da Idade Média, onde cada chefe tribal se vê confrontado com invasões de Normandos e onde uma jovem só e sem companhia é mal vista ou vista com desconfiança. Mas o desespero por se encontrar numa situação insustentável levou a que Caitrin optasse por este acto drástico. Era morrer ou fugir...

Com o seu espírito fragilizado, Caitrin conta com a boa vontade de outrso viajantes até ao momento que, sem dinheiro, é deixada na beira da estrada apenas com a vaga indicação de que a escassos metros se encontra uma pequena vila chamada Whistling Tor, mas com o alerta de que terá de chegar antes do anoitecer à vila e pedir acolhimento, senão na manhã seguinte não estará viva. escusado será dizer que ela consegue, mas uns estranhos acontecimentos e coincidências leva-a à casa do chefe tribal de Whistling Tor, onde consegue trabalho até ao final do Verão. A partir daqui é um desenrolar de mistérios, homicídios, lendas perversas e relações humanas ou não. Um lar onde tudo é estranho e sobrenatural.

Este foi o meu primeiro livro da famosíssima autora Juliet Marillier e gostei. A sua escrita é bastante boa e consegue cativar a nossa atenção sem recorrer a grandes descrições. O livro não possui momentos mortos e tudo nos leva a querermos virar esta página, e a seguinte, e a seguinte,... e o facto de termos de pousar a nossa leitura é tortuoso.
Gostei, mas esperava um pouco mais. Tinha as expectativas um pouco altas. Acontece. 
7/10
Lido a 5 de Agosto de 2010

Sinopse:
E se Judas traiu Jesus a seu pedido?
E se Pedro não estivesse destinado a ser chefe da Igreja?
E se a Igreja que Jesus Cristo queria criar não tivesse um Papa?


Quando a jovem arqueóloga Afdera Brooks acode ao leito de morte da sua avó, uma excêntrica milionária, coleccionadora de obras de arte, recebe como legado as pistas para chegar a uma caixa de segurança de um banco americano onde está guardado um antiquíssimo manuscrito.
Afdera empreende uma viagem por meio mundo para desentranhar o conteúdo desse misterioso documento que culminará em Veneza, o labirinto de água.
A partir do Vaticano, o maléfico cardeal Lienart fará o impossível para que a verdade que se esconde no maltratado pergaminho nunca conheça a luz do dia.


 A minha opinião:
Terminado! E digo isto com algum alívio.
O livro é razoável, dentro do género, mas demasiado Dan Brownista para eu poder apreciar devidamente.
Com um início confuso e um pouco lento, acompanhamos a nossa "pseudo-heroína" na busca de um livro esquecido pela Humanidade, mas vigiado pela Igreja Católica, o evangelho perdido de Judas Iscariote. Este tema interessou-me e foi o que me levou a pegar neste livro, mas sem dúvida nenhuma que esta obra não supera, nem em qualidade, nem em profundidade uma outra escrita por Jeffrey Archer (ver aqui).

O livro começa em Alexandria, no ano 68 da nossa era, nos últimos momentos de vida de Judas Iscariote. Judas pede ajuda a Eliezer, para que a verdade não se perca com a sua morte. Assim Eliezer escreve o que Judas lhe transmite e acrescenta uma carta da sua autoria. Toda a estória é sustentada pela suposição de que quem traiu Jesus não foi Judas, mas sim Pedro. E é esta confissão escrita do último apóstolo que toda a Igreja Católica teme e muito mais tarde, tenta impedir que venha a público.
O livro proibido é, um dia, descoberto e traficado pelo mercado negro de antiguidades até chegar às mãos de Crescentia Brooks, a avó da personagem principal, Afdera.
Muitos anos depois, aquando da eminente morte de Crescentia, esta solicita à neta mais velha, Afdera, se dirija à América e retire de um banco um documento que diz ser valioso e com o qual deverá ter o máximo de cuidado. Só depois de Afdera se encontrar na América, com o dito documento é que constata a grandiosidade do objecto que tem em mãos.
Mal a Igreja descobre que o documento temido foi retirado do seu esconderijo é de imediato accionado, em secretismo, vários peões: os elementos de uma sociedade secreta, conhecida apenas por "Círculo Octogunos", que é constituída por vários padres de diversos países, comandados pelo Cardeal Lienart, responsável pela Secretaria de Estado do Vaticano; e o Arcanjo, uma personagem supostamente misteriosa, mas que achei demasiado óbvia.
Depois, é só imaginar as buscas e perseguições que todos fazem para possuir o livro com as últimas palavras de Judas e a carta de Eliezer que atesta tudo o que está no livro.

 
Admito que para os amantes deste tipo de leitura o livro seja agradável. Para mim, e tendo eu um termo de comparação com uma obra que abordava o mesmo, soube-me a pouco. No entanto fica a valer pela perspectiva original de que talvez o conhecido traidor de Jesus Cristo, apenas tenha sido uma vítima do momento e de oportunistas. Aliás o livro tem nas suas páginas iniciais o seguinte excerto que traduz muito bem a ideia:



"Se não nos tivessem ensinado como se deve interpretar a história da paixão de Cristo, teríamos sabido dizer, baseando-nos apenas nas suas acções, se foi o invejoso Judas ou o cobarde Pedro quem amou Jesus?"

Graham Greene, O fim da aventura (1951)


4/10
Lido a 30 de Julho de 2010
Sinopse:

Um assassino chamado Quimera parece matar ao acaso. Estarão as nossas investigadoras à altura da missão?

Uma menina de 11 anos morre quando um maníaco abre fogo contra uma igreja. Uma idosa é encontrada enforcada. Em comum, as vítimas têm apenas o facto de serem negras.
Lindsay Boxer, depois de ter resolvido o trágico caso do «Assassino dos Noivos», é designada para o caso e desconfia que se trata de algo mais do que uma onda de crimes raciais.
Lindsay acredita que os dois crimes foram cometidos por um assassino em série e que duas das vítimas estavam indirectamente relacionadas com a polícia. Um símbolo detectado nas cenas do crime conduz a um grupo racista, mas o assassino volta a atacar, deixando pistas deliberadas e iludindo a polícia com inteligência. Entretanto, cada uma das quatro amigas corre risco de vida, e o assassino sabe exactamente quem são e onde as encontrar.

A minha opinião:

Depois de ter lido tantas e boas opiniões sobre o primeiro volume desta série, lá resolvi experimentar. E devo dizer que experimentei, gostei e quero mais!
A escrita é soberba! Simples, sintética, perspicaz, directa ao assunto. Não há momentos chatos, nem os ditos "encher chouriços", o que muito me agrada. Aliás, basta abrirem este volume e repararem que cada capítulo tem poucas páginas.
Apesar de não ter lido o primeiro volume (com muita pena minha), consegui acompanhar muito bem a dinâmica deste grupo de amigas investigadoras nos tempos livres. A trama está excelentemente bem construída e não é fácil descobrirem a identidade do verdadeiro assassino. A meu ver, mais um ponto a favor.

De uma forma muito geral, trata-se de um caso estranho em que Lindsay Boxer se vê envolvida. Tudo começa com o assassinato, à primeira vista aleatório, de uma criança negra à porta de uma igreja. Sem pistas, sem erros, o assassino desaparece sem deixar rasto. Mas alguém viu algo... uma carrinha com um estranho símbolo.
O início do livro leva a nossa detetive Boxer a começar a investigar este caso com o pé esquerdo, uma vez que esta não é a primeira vítima deste assassino e a menina não foi assassinada por acaso.
Com um criminoso à solta que está sempre um ou dois passos à sua frente, Lindsay terá de recorrer, mais uma vez, à ajuda preciosa das restantes meninas do clube de investigadoras. Isto se não quiser que o criminoso as mate uma a uma.

O meu lovor à editora, Quinta Essência, pelo grafismo, design e tradução acompanhada de revisão. Tudo impecável! Fazendo com que valha a pena, cada vez mais, comprar livros desta editora sem qualquer receio.

7/10
Lido a 26 de Julho de 2010
Sinopse:
Laurel é uma jovem de quinze anos diferente – frágil, vegan e amante da natureza – que se muda com os pais para outra cidade.
Integrar-se na nova escola e fazer amigos são questões complicadas para uma rapariga tímida como ela, mas o atraente David ajuda-a a ambientar-se.
É então que acontece algo inexplicável que aterroriza Laurel: diante do espelho, vê surgir sobre os seus ombros umas formas longas branco-azuladas, de uma beleza quase indescritível, como pétalas a pairar no ar junto à sua cabeça – semelhantes a asas.
Para perceber o sucedido, a jovem regressa à sua cidade natal, onde conhecera Tamani, um magnetizante rapaz de olhar cor de esmeralda. Ele parece conhecê-la desde sempre e vai revelar-lhe uma verdade aterradora.
A partir desse momento, Laurel ver-se-á suspensa entre dois mundos e dividida entre dois rapazes igualmente fascinantes, que a atraem em direcções opostas...



A minha opinião:
Ora cá está um bom exemplo de que, nos dias de hoje, se podem escrever livros de fantasia juvenis sem recorrer a lugares comuns.
O livro é claramente destinado a pessoas que pertencem a uma faixa etária menor do que a minha, mas tal facto não fez com que eu me aborrecesse, pelo contrário, soube-me como um gelado fresquinho numa tarde quente de Verão.
O enredo em si é bastante simples, daí que não vou desenvolver esta crítica em demasia porque qualquer pormenor já é um pormenor a mais. Mas posso dizer o seguinte:
Esta é a história de Laurel, uma jovem adolescente que tem de enfrentar uma nova cidade, novos amigos, nova realidade. Não bastando isto tudo, Laurel descobre que no meio das suas costas apareceu um pequeno papinho que parece insignificante. Com o passar dos dias Laurel vê esse montinho crescer de tal forma que ela começa a pensar que pode ser um tumor. Mas um dia Laurel vê o que essa estranha formação é... e desvenda a sua verdadeira identidade para confusão dela e de todos os que a rodeiam.

Um livro fresco e inovador que, apesar de simples, revelou-se uma boa leitura.
E venham os próximos volumes!
5,5/10
Lido a 21 de Julho de 2010
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